Alessandra Oliveira alerta para a importância de se blindar nas redes sociaisDivulgação
Publicado 20/10/2024 00:00 | Atualizado 20/10/2024 10:21
Em tempos de tanta intolerância, violência e desamor a saúde mental fica logo abalada. A cada dia mais pessoas estão ansiosas, deprimidas e adquirem uma série de problemas psicológicos que poderiam ser evitados se fosse trabalhada a inteligência emocional em todos os relacionamentos. De acordo com com Daniel Goleman, PHD em Psicologia Clínica e Desenvolvimento da Personalidade pela Universidade de Harvard, os cinco pilares da inteligência emocional são: autoconsciência, capacidade de analisar as emoções e prever reações; autorregulação, com controle das emoções durante tensão; automotivação, uso das emoções de forma adequada; empatia, habilidade de se colocar no lugar do outro; e habilidades sociais, manter boas relações.
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A especialista em gestão de pessoas, Alessandra Oliveira, diretora da Febracis, instituição de ensino empresarial que oferece cursos, treinamentos, palestras e workshops sobre coaching e é considerada uma das principais escolas de negócios da América Latina, explica o que são essas duas palavras na vida de qualquer ser humano."A inteligência emocional, de forma reduzida, é a capacidade que a pessoa tem de identificar suas emoções e usá-las a seu favor. Não deixar que as emoções dominem, ter controle sobre as reações, saber identificar em quais momentos a raiva, por exemplo, acontece, o ciúme, a inveja, conseguir identificar e controlar, e também identificar e saber reagir da forma correta as emoções do outro. Então são as competências pessoais e as sociais, olhar para si e para o outro".
Para Emerson Doblas, diretor da mesma empresa e especialista em Finanças e Negócios, "a inteligência emocional é a capacidade de reconhecer, entender e gerir suas emoções, extraindo o melhor resultado possível de uma determinada situação, sem permitir que as emoções controlem o indivíduo, além de capacitar a reconhecer e reconsiderar as emoções das outras pessoas e saber lidar com elas".

Já Márcio Cerbella, consultor empresarial, instrutor de Empreendedorismo e Conteudista credenciado do Sebrae e Diretor da EMECF (Educação Empreendedora - Consultoria e Treinamento), define o termo. "A inteligência emocional é uma das competências mais valorizadas no mundo dos negócios, especialmente para empreendedores que enfrentam constantes desafios. A capacidade de equilibrar emoções e manter a harmonia interna tem se mostrado uma potente ferramenta de sucesso. No universo empreendedor, onde desafios e incertezas são constantes, a forma como lidamos com nossas emoções faz toda a diferença. Um sorriso pode ser o reflexo de uma postura positiva e equilibrada, capaz de transformar até os momentos mais difíceis em oportunidades. Ele não apenas cria uma atmosfera leve, mas também transmite confiança, mostrando ao outro que estamos prontos para enfrentar adversidades com serenidade".

Estrago feito pelas redes sociais

Se antes os ataques ou elogios ficavam restritos ao ambiente presencial hoje a tela de um computador, tablet, smartphone e afins pode fazer um estrago. Quem convive e acessa redes sociais, como facebook, instagram, X (antigo twitter) e outras precisa sempre se policiar. Muita gente posta uma vida linda que não é real e afeta o internauta. Alessandra Oliveira conta que as redes sociais têm sido realmente a causa de muitos problemas psicológicos. "As pessoas têm uma necessidade de aprovação muito grande. Quando ela procura o prazer nas redes sociais e nos outros aquilo que ela não tem, já é ruim. Imagina quando ela posta e recebe uma crítica, já que está buscando aprovação. A inteligência emocional vai fazer com que ela reflita sobre cada processo, cada comentário e entende o que é dele e o que  é do outro. Então, desenvolver isso é muito importante para que as pessoas consigam viver de uma forma amena, de uma forma tranquila, principalmente nesse mundo polarizado".

A opinião também é compartilhada com por Emerson Doblas, que alerta para o fator comparação. "Nas redes sociais, a aparente felicidade constante e o estilo de vida perfeito muitas vezes criam uma pressão irrealista, levando muitas pessoas a se compararem e sentirem que suas vidas são insuficientes. E ao receberem comentários negativos, apenas reforça essa crença aumentando o complexo de inferioridade. A inteligência emocional ensina às pessoas a serem mais conscientes de suas emoções e a evitarem a armadilha da comparação. Com isso, é possível perceber que a 'felicidade' exibida nas redes é muitas vezes uma versão editada e filtrada da realidade. Com maior autoconsciência, as pessoas podem focar mais no que têm de positivo em suas próprias vidas, em vez de se sentirem inferiores".

Importância do sorriso diante das adversidades

De acordo com Cerbella, equipes que percebem um líder capaz de se manter otimista, mesmo em tempos de crise, tendem a ser mais produtivas e engajadas. Além disso, a postura facilita a resolução de conflitos e melhora o relacionamento com clientes e parceiros, abrindo portas para novas oportunidades.
"Ter uma visão otimista, no entanto, não significa negar os desafios, mas sim enfrentá-los com coragem e criatividade. Sorrir, nesse contexto, torna-se uma estratégia para manter a autoestima elevada e a confiança inabalável. Quando nos permitimos sorrir, mesmo em meio às dificuldades, reforçamos em nós mesmos a certeza de que somos capazes de superar obstáculos. Esse comportamento, inclusive, pode ser o diferencial que leva um negócio a prosperar onde outros falham", ensina.
Para o profissional, manter a serenidade e o sorriso nos lábios, mesmo nas situações mais complicadas, é mais do que uma atitude positiva: é uma estratégia de sobrevivência no mundo dos negócios. "A leveza gerada por essa postura não só fortalece os laços dentro da empresa como também potencializa os resultados.
Por fim, a inteligência emocional permite que líderes e empreendedores lidem melhor com o estresse, tomem decisões mais equilibradas e gerenciem conflitos de forma eficaz. Cultivar essa habilidade envolve desenvolver autoconhecimento para entender suas próprias emoções, empatia para compreender as necessidades dos outros, e autocontrole para manter o foco em situações de pressão. Além disso, é importante praticar a escuta ativa e manter uma comunicação clara e respeitosa com colaboradores e parceiros. Ao aplicar inteligência emocional no dia a dia, você melhora a tomada de decisões e promove um ambiente de trabalho colaborativo, essencial para o crescimento sustentável dos negócios", avalia.

Habilidade para o ingresso no mercado de trabalho

Master Coach formada pela Febracis há quatro anos, Renata S. de Oliveira trabalha na África e  fala da importância da inteligência emocional para quem vai ingressar no mercado de trabalho, "Atualmente tenho um cargo de gestão global para pessoas que necessitam de acessibilidade, voltado para a comunidade surda em países, principalmente da África. A inteligência emocional é uma habilidade que já começa a ser requerida na maioria das entrevistas de emprego, nos testes que as pessoas fazem para um emprego. Alguns estudos já comprovam que vai ser uma condição sine qua non para o ingresso no mercado de trabalho. Da mesma forma que hoje as pessoas perguntam se você tem experiência na área, eles vão através de ferramentas específicas identificar qual é o seu nível de inteligência emocional, como está o seu desenvolvimento pessoal, o seu equilíbrio"
Renata, que já passou por uma Síndrome de Burnout, explica que se as ferramentas certas fossem usadas metade das pessoas não teria esse problema. "Depois de passar pelo Burnout, eu comecei a entrar nessa jornada de inteligência emocional, por isso que hoje estou nesse lugar, fui estudar e me conhecer. Sei que para esse lugar eu não volto mais. Desenvolver inteligência emocional te livra da síndrome de burnout porque ela se instaura quando você começa a fazer coisas que não estão de acordo com sua criação, suas habilidades específicas, mas você se acha na obrigação de fazer para atender e se relacionar com certas pessoas, porque você tem medo da rejeição e você tem medo de ser colocado para fora do seu ambiente de trabalho. Quando você desenvolve a inteligência emocional, você consegue colocar tudo no lugar que é para estar. E principalmente o tempo que deve ser dedicado ao seu trabalho e à sua vida pessoal. Quando a pessoa desenvolve a síndrome de burnout  esquece dela mesma e da sua própria identidade.. Começa a viver mais pelo outro, para o outro ou para o exterior e esquece de cuidar de si mesmo'', afirma Renata acrescentando que deva haver equilíbrio, na saúde emocional, no corpo saudável e na qualidade dos pensamentos. 
Empresário no ramo de reparação automotiva, Jeferson Souza, casado há cinco anos,  acha que a inteligência emocional o ajudou muito na questão do seu relacionamento. "Diante de tantos papéis que precisamos exercer no nosso dia a dia, gerir as nossas emoções garante que não vamos depositar nossos estresses em um lugar errado. Todas emoções são genuínas, mas somente com a inteligência emocional conseguimos equalizar os sentimentos e garantir que não vamos magoar nossa esposa (o). A inteligência emocional funciona como uma dosagem” nos sentimentos, a gente extrai o melhor do nosso conjugue e oferecer o nosso melhor'
Especialistas em inteligência emocional Alessandra Oliveira e Emerson Doblas falam um pouco mais sobre o assunto

O DIA:Existem as síndromes de Burnout (que tem a ver com fadiga no trabalho), Boderline, do Transtorno Bipolar, entre outras. Se para as pessoas ditas normais já é difícil manter a saúde mental em dia, o que a Inteligência Emocional poderia fazer para que essas pessoas vivam em maior equilíbrio?

Alessandra Oliveira: A inteligência emocional consegue fazer com que as pessoas se sintam mais gratas em relação ao seu trabalho. Elas conseguem identificar se realmente aquilo que elas fazem tem algum sentido, conseguem ressignificar muito rápido os acontecimentos do dia a dia. É imprescindível hoje ter inteligência emocional para resolver questões de relacionamentos no trabalho, questões de desafios, pressão, acontece hoje muito por conta de resultados de fatores internos e externos. A pessoa que consegue controlar suas emoções dificilmente vai ter um burnout. Então é muito importante hoje trabalhar com as suas emoções.

Emerson Doblas: Embora essas condições muitas vezes exijam suporte profissional especializado, como terapia ou medicamentos, o desenvolvimento da inteligência emocional pode complementar o tratamento, oferecendo recursos para lidar com os desafios diários de forma mais eficaz. Ajuda as pessoas a reconhecerem seus padrões emocionais e entenderem seus gatilhos. Um exemplo disso, é para quem lida com transtornos como o burnout, pois saber identificar os primeiros sinais de estresse ou fadiga emocional pode evitar que a situação se agrave.

O DIA: Reza um antigo ditado que família é muito bonita em álbum de retrato. Como podemos usar a inteligência emocional a nosso favor, seja com marido, mãe, filhos e até os amigos mais próximos?
Alessandra Oliveira: Nós exercemos papéis em diversos setores e, geralmente, as pessoas deixam para exercer o pior papel em casa, porque acham assim, ah, em casa eu vou ser eu mesmo, será que esse eu mesmo é o que a sua família merece? Então quando a pessoa começa a desenvolver a inteligência emocional, começa a trabalhar isso, ela entende que é principalmente em casa com cônjuge, com os filhos, com os pais, é que precisa realmente trabalhar as emoções para não ter a sua pior reação, a sua pior versão, precisa de inteligência emocional para viver de forma plena.
Emerson Doblas: O ditado família é muito bonita em álbum de retrato reflete a realidade de que, embora as relações familiares pareçam perfeitas à distância ou em uma imagem, a convivência no dia a dia traz os maiores desafios emocionais. Visto que dentro de casa nossos defeitos são mais visíveis. Nessas situações, a inteligência emocional pode ser um grande aliado, ajudando a manter a harmonia e fortalecendo os laços com parceiros, pais, filhos e amigos mais próximos.
ENCONTRO - O maior treinamento de inteligência emocional, o Método Cis”, acontecerá entre os dias 23 e 26 de outubro, no Rio Centro, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O evento é organizado pela Febracis, e conduzido pelo autor dos best-sellers O Poder da Ação e O Poder da Autorresponsabilidade, Paulo Vieira. São esperadas seis mil pessoas para o treinamento, que trabalhará todas as nuances da Inteligência Emocional, além de Neurociência, Psicologia Positiva, Antropologia, Fisiologia, Desenvolvimento Humano, entre outros, que ajudarão o participante em cada área da sua vida, desde a pessoal aos negócios, que serão ministrados também pela vice presidente da Febracis, Camila Vieira, a Mentora e Palestrante Júlia Vieira e o Neurocientista, Pós Doutor do Hospital Sírio Libanês e professor universitário, André Davim. As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas pelo site febracisriodejaneiro.com.br/metodo-cis ou Instagram @febracisriodejaneiro.
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