Policiamento na Avenida Brasil, na altura da Cidade Alta, segue reforçado após operação no Complexo de IsraelReginaldo Pimenta
Publicado 24/10/2024 17:13
Rio - Depois de uma manhã de intenso tiroteio na Avenida Brasil, cariocas que conseguiram chegar ao trabalho iniciam o retorno para casa com o sentimento de apreensão e medo, nesta quinta-feira (24). Os trabalhadores também foram surpreendidos com uma forte ventania e chuva nas zonas Norte e Oeste do município. O policiamento na via expressa está reforçado por equipes da Polícia Militar.
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Segundo a SuperVia, as estações Penha Circular, Brás de Pina, Cordovil, Parada de Lucas e Vigário Geral foram reabertas e a operação do ramal Saracuruna foi normalizado. No entanto, devido à forte chuva que afeta o sistema de energia da concessionária, trens para Santa Cruz não estão realizando parada na estação Benjamim do Monte.
O Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro, Rio Ônibus, informou que as 35 linhas afetadas com o fechamento da Avenida Brasil já voltaram a circular normalmente. Mais cedo, todas as linhas que têm o Centro do Rio como destino foram prejudicadas. O Sindicato estima que 900 mil passageiros foram afetados. Já a SuperVia estima que houve uma perda de 9 mil passageiros por causa da violência de hoje. 
A MobiRio, responsável pelo serviço do BRT, informou que os serviços 60 - T. Deodoro x T. Gentileza (Parador), 61 - T. Deodoro x T. Gentileza (Expresso) e 71 - Vigário Geral x T. Gentileza (Expresso) operam com intervalos normalizados.

A reportagem de O DIA esteve na Avenida Brasil, na altura de um dos acessos à Cidade Alta, próximo à estação do BRT. Há uma viatura do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) e outras viaturas do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) baseadas na via. Um helicóptero da PM também sobrevoa a Avenida Brasil, considerada uma das mais importantes vias do estado.
Três inocentes morreram 
Um intenso confronto durante uma operação da Polícia Militar nas comunidades da Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau, no Complexo de Israel, Zona Norte, deixou três homens mortos e outras três pessoas baleadas, na manhã desta quinta-feira (24). O tiroteio interditou a Avenida Brasil e afetou a circulação de trens, linhas municipais de ônibus e do BRT. O município do Rio chegou a ficar em Estágio 2, quando há risco de ocorrência de alto impacto.
Um passageiro de um ônibus, um motorista de aplicativo e um motorista de caminhão estão entre as vítimas fatais dos intenso tiroteio entre policiais militares e criminosos, ocorridos nesta quinta-feira (24), durante uma operação no Complexo de Israel, na Zona Norte. Ao todo, três pessoas morreram e outras três ficaram feridas. A intensa troca de tiros chegou a interditar a Avenida Brasil.
Entre as vítimas fatais estão:
- Renato Oliveira, de 48 anos: o homem estava dentro de um ônibus da Transportadora Tinguá, que fazia a linha 493 (Ponto Chic x Central), quando acabou atingido por um tiro na cabeça.
- Paulo Roberto de Souza, de 60 anos: o motorista de aplicativo chegou sem vida no Hospital Municipal Doutor Moacyr Rodrigues do Carmo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com uma perfuração no crânio. De acordo com Júlio Santos da Costa, amigo da vítima, o homem estava com um passageiro em seu carro quando foi atingido. Paulo deixou filhos, netos e a mulher.
- Geneilson Eustaque Ribeiro, de 49 anos: o motorista de caminhão também deu entrada no Hospital Municipal Doutor Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias, depois de ser baleado na cabeça durante o confronto. A vítima foi entubada e transferida para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, na mesma cidade, mas não resistiu.
PM fala em falta de dados de inteligência para reagir
A porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Claudia Moraes, disse que a corporação não tinha dados de inteligência para enfrentar a reação violenta dos criminosos no Complexo de Israel, na manhã desta quinta-feira (24). A declaração foi feita EM coletiva de imprensa, no início da tarde. De acordo com a porta-voz, os policiais encontraram um cenário que não havia sido visto anteriormente pelas forças de segurança do estado
"Essa operação foi previamente organizada e o que os policiais encontraram naquela localidade, naquele momento, foi algo que estava acima do que normalmente nós encontrávamos nessa região. É uma área onde você não tem essa resistência tão forte, então a gente não tinha dados de inteligência para sinalizar para essa questão", disse a tenente-coronel.
A corporação diz que traficantes do Complexo de Israel, ao perceberem o avanço das tropas da PM, fizeram disparos em direção à Avenida Brasil na tentativa de mudar o foco da operação. 

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