Publicado 27/10/2024 15:49
Rio - Cerca de 100 pessoas, entre parentes, amigos e artistas estiveram no cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na tarde deste domingo (27) para se despedir do ex-ator mirim João Rebello, de 45 anos, assassinado com 12 tiros em Trancoso, no Sul da Bahia. Com muitos aplausos e vestidos de branco para simbolizar a paz, como fora pedido, amigos entoavam cânticos de umbanda e candomblé durante o velório realizado na capela 2. O corpo de João Rebello - sobrinho do diretor Jorge Fernando, que morreu no dia 27 de outubro, há cinco anos - foi sepultado às 13h30. fotogaleria
PublicidadeFamosos como Nívea Stelmann, Rodrigo Penna, Ana Paula Tabalita, Patricia Travassos e João Velho estavam consternados com a violência que assola o país. "O Brasil todo está muito violento. Nem sei se a gente vai conseguir melhorar isso. É preciso ver o social, a nossa economia. É preciso ver tudo. Estamos numa situação dramática", lamentou Patrícia Travassos, muito abalada.
Em seu Instagram, a mãe de João Rebello e irmã de Jorge Fernando desabafou: "27 DE OUTUBRO 2024! Hoje se instalou a tristeza eterna no meu coração. Hoje faz 5 anos que meu irmão morreu e hoje vou sepultar meu filho! O que aconteceu? O sorriso da família de repente virou pranto. A vida esta me destruindo de quando em quando", escreveu.
Mãe de um filho de João Rebello, uma mulher que pediu para não ser identificada afirmou que a família está muito abalada, inclusive por notícias falsas envolvendo o nome do ex-ator. "Quando viu o que foi publicado, a mãe de João ficou transtornada. Ele era justamente o contrário. Era só amor. O João era um artista, fazia de tudo. Está muito difícil. Pedimos que respeitem a nossa dor. Meu filho vai crescer sem o pai".
Diretor da Associação de Produtores Culturais do Rio de Janeiro, Eduardo Barata fez um forte desabafo. "A violência é o retrato da falta de educação, da falta do poder público assumir suas funções reais de saúde, de assistência social, de atendimento a todos, de a droga não ser descriminalizada. Isso virou um grande problema no país. O João é um cara megaespecial, que foi criado pela Dona Hilda, pelo Jorginho (Fernando) pela Maria (mãe), essas pessoas que são puramente amor. O João era a figura, era a solidez do amor. E essa família é muito representativa na força das palavras solidariedade, generosidade e espiritualidade".
Diretor da Associação de Produtores Culturais do Rio de Janeiro, Eduardo Barata fez um forte desabafo. "A violência é o retrato da falta de educação, da falta do poder público assumir suas funções reais de saúde, de assistência social, de atendimento a todos, de a droga não ser descriminalizada. Isso virou um grande problema no país. O João é um cara megaespecial, que foi criado pela Dona Hilda, pelo Jorginho (Fernando) pela Maria (mãe), essas pessoas que são puramente amor. O João era a figura, era a solidez do amor. E essa família é muito representativa na força das palavras solidariedade, generosidade e espiritualidade".
"É muito duro perder um dos filhos. Não dá para imaginar a dor da Maria. Perdi meu irmão, minha mãe, esposa. As dores são enormes, perder um filho é uma coisa que não tem palavra para expressar o tamanho dessa dor. Agora, como ele era muito espiritualizado, é uma família muito espiritualizada, acredito que essa passagem no João seja cheia de luz, tranquilidade e harmonia", disse.
"As pessoas serem confundidas e serem mortas injustamente é um retrato da injustiça social que existe no nosso país. A violência é em todo o Brasil, não só no Rio de Janeiro. Em Trancoso, um ponto turístico, uma pessoa ser confundida, ser assassinada no auge da sua vida aos 45 anos, é muito triste. Isso é responsabilidade de todos os gestores políticos que passaram por esse país e que não vão realmente na questão da educação, saúde, cultura. Acho que essas três coisas juntas transformam o país numa sociedade. E é isso que o Brasil precisa. A gente não tem mais o direito à vida. A gente sai de casa e não sabe se vai voltar. Essa é a verdade. Então, acho que o João é um símbolo, para mim, da alegria, do amor, da fraternidade, mas também é referência de um país jogado às traças", concluiu.
De acordo com a Polícia Civil da Bahia, João Rebello não era envolvido com nenhuma atividade criminosa. Ele foi assassinado a tiros dentro de um carro, na noite de quinta-feira (24), e seu corpo encontrado na Praça da Independência, no centro de Trancoso, distrito turístico de Porto Seguro, no sul da Bahia. Testemunhas disseram que dois homens em uma motocicleta se aproximaram do carro, atiraram à queima-roupa e fugiram. A polícia procura os suspeitos do crime.
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