Monstros e todo o tipo de gente esquisita são vendidos em várias lojasWaleria de Carvalho/ Agência O Dia
Publicado 31/10/2024 00:00 | Atualizado 31/10/2024 09:33
Está certo que se trata de uma cultura americanizada, mas vai dizer que não é bom voltar a ser criança e se fantasiar de bruxos, abóboras, monstros e afins para se divertir no dia 31 de outubro e ainda pedir ou famoso doces ou travessuras? Pois é cada vez mais pessoas estão ficando adeptas dessa festa que vem lotando vários lugares no Rio de Janeiro.
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Nesta semana, um baile no Hotel Copacabana Palace reuniu centenas de bruxos,  bruxinhas e monstros dos mais variados tipos que só queriam mesmo se divertir. Esse o caso do jornalista Acyr Méra Junior e seu marido, o produtor de eventos Vagner Marins Gomes, que adoram participar desse tipo de evento.
"Eu vejo o Halloween se popularizando cada vez mais no Brasil. Para mim qualquer oportunidade de celebrar, estar com pessoas queridas é válida. Temos o nosso carnaval que também é festejaddo em diversos outros países e acho essa unificação de culturas muito interessante. Vale ressaltar também que gera diretamente e indiretamente várias oportunidades de emprego para produtores, maquiadores, estilistas, garçons, bartender e outros profissionais", diz Vagner .
Acyr também é adepto da comemoração e agora pesquisa até as fantasias. "Apesar de muita gente implicar com a data, por achá-la americanizada demais, eu sou fã das festas de Halloween. Reparo que elas têm crescido muito por aqui, só nesse ano tive convite para quatro do gênero. Escolher a fantasia, se pintar...gosto de todo o processo que envolve a data. Antes botava uma máscara, roupa preta e estava pronto. Agora, não: pesquiso na Internet as fantasias que estão em alta, me preocupo e capricho nos looks", diverte-se Acyr Méra Junior.
Historiador já foi 'vampiro'
Assim como Acyr e Vagner, o historiador Milton Teixeira também acha os festejos  sensacionais. "Trata-se de uma festa cristã. Comecei a promover festa de Halloween no cemitério da Penitência, no Caju, eu ia de vampiro e minha esposa de bruxa, mas Dom Orani Tempesta não gostou muito e parei. Isso tem uns quinze anos mais ou menos. Era um sucesso. Muita gente participava. Fiz dois e parei. Ainda tenho a fantasia. Até posso voltar com a festa desde que o cemitério não seja católico", brinca.
O historiador explica que o Halloween nasceu no século XVI, era uma festa meio triste, mas em 1930 as crianças fantasiadas começaram a tocar na casas perguntando se eram  travessuras ou gostosuras. "Desde 1970 virou um baile nos Estados Unidos. É o momento em que reino dos mortos encontra o reino dos vivos. Trata-se de um baile de carnaval. É uma celebração evangélica. Se você censura vão dizer que está cometendo intolerância. É uma manifestação que não faz mal a ninguém. Você tem monstros muito piores do lado de fora das festas", avalia.
Valorização da diversidade cultural
Professor de História, Roberto Antunes explica que de uns anos para cá está havendo um debate se é válido ou não se comemorar o Halloween no Brasil. "Tenho um ponto de vista claro sobre essas questão: como historiador, valorizo a diversidade cultural e a troca de experiências entre as diferentes sociedades humanas. Assim, acho muito positivo termos comemorações que nos façam conhecer outras culturas. É algo peculiar, amo filmes de terror, enão o Halloween é uma comemoração bem bacana para mim, sem qualquer possibilidade xenofóbica".
O Halloween tem ganho tantos adeptos que agora até lojas que vendem produtos para casa colocam motivos de bruxa, abóbora, monstros em copos, pratos, baixelas e muitos mais. Em diversas lojas também, nos mais variados pontos da cidade, é possível encontrar fantasias de monstros e bruxas que chegam da dar medo.
Nascido em 31 de outubro, o professor de Educação Física, João Paulo Rosa, completando 43 anos, gosta da festa. "Não tenho o costume de participar mas acho bem legal, apesar de essa festa não ser uma cultura nossa. As pessoas brincam com essa data falando que sou um bruxo" ri o professor.

Pets aderem à moda
Não são só os humanos que caem na festa das bruxa. Pelo segundo ano consecutivo, Berenice e Bonifácio, um dos bares mais pet friendly do Rio, situado no Leblon, preparou uma noite de gostosuras e travessuras especiais para tutores e pets curtirem juntos. A partir das 19h de sábado (2) , os pets que estiverem fantasiados ganharão petiscos temáticos da Chef Bob e concorrerão a brindes do pet store GoodLife, enquanto o tutor será presenteado com um abridor de garrafas personalizado.
Para marcar a data, o bar lança um drinque temático exclusivo com gin Íon, da Distilleria Noi, feito com limão siciliano, xarope de romã, chá de hibisco, espuma de goiaba e finalizado com uma dentadura de vampiro comestível, perfeito para um brinde em clima de travessuras.
De acordo com o proprietário do local, Raphael Pereira, a inclusão de pets é importante no atual cenário. "O que me motiva a fazer festas temáticas, como o Halloween, é o mesmo que me motivou a criar o restaurante: a inclusão dos pets nesses momentos especiais. Somos realmente pet friendly – todo o nosso conceito foi pensado para isso. Então, nada mais justo do que termos essa comemoração com eles. A recepção tem sido maravilhosa! Muitos tutores adoram se fantasiar e também fantasiar seus pets".
Raphael lembra do sucesso de 2023. "No ano passado, tivemos mais de 20 pets fantasiados, e antes mesmo de anunciarmos que faríamos a festa novamente este ano, já tínhamos clientes perguntando. Neste ano, não teremos um concurso de fantasias, mas todos os pets que vierem fantasiados ganharão brindes e os kits antitravessuras, com mordedor, tag personalizada com o nome do pet e um cata-caca, será para os tutores que consumirem 3 chopes Lagunitas".
'Adoro fantasiar meus bichinhos'
A biomédica Ingrid Marques está adorando o movimento. "Para nós que nós que somos tutores de pet é excelente um lugar que possamos ir  com eles e se divertir junto. Adoro o Halloween, acho muito legal, fico muito feliz que aqui no Brasil está crescendo, e que no Rio haja mais festas, mais decorações. A galera está entrando mais no clima. Eu fantasio o Charlinho, que é o gato. Ano passado nós fomos no Haloween do restaurante e o Charlinho ganhou o concurso de Fantasia como Conde Gátula. Esse ano, infelizmente, ele não vai poder ir porque está internado, mas a gente vai lá representando ele com a irmãzinha canina e ela também vai. Eu adoro ter um lugar receptivo para nós humanos e pets. Eu amo. São os meus filhinhos’’.
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