Publicado 31/10/2024 21:07 | Atualizado 31/10/2024 21:54
Rio - Após seis anos de um dos crimes que mais chocou o Brasil e a política brasileira, os assassinos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foram condenados depois de um longo julgamento, nesta quinta-feira (31). Ronnie Lessa recebeu a pena de 78 anos de prisão e nove meses, e Élcio de Queiroz a de 59 anos e oito meses.
A condenação de Lessa e Élcio repercutiu na imprensa internacional. Veículos como 'The Guardian', do Reino Unido, 'The Washington Post', dos Estados Unidos, 'El País', da Espanha, 'En Mayúscula', do Panamá, a rede de televisão 'Telesur', da Venezuela, 'Público', de Portugal, e 'ABC News', dos EUA, publicaram a notícia tão aguardada pelas famílias de Marielle e Anderson.
"O crime foi um dos assassinatos mais chocantes e notórios da história do Rio: Franco, uma mulher negra e gay, era uma estrela política em ascensão e uma crítica ferrenha da violência policial e da corrupção", destaca o texto do "The Guardian".
"'A justiça às vezes é lenta, cega (...) mas chega', disse a juíza Lucia Glioche após receber a decisão do júri popular, que na quarta-feira ouviu vários depoimentos, incluindo os dos assassinos confessos. Após ouvir a sentença, familiares de Franco e Gomes presentes no tribunal do Rio se abraçaram e caíram no choro", descreve o "En Mayúscula".
"As investigações foram cercadas de dificuldades e acusações de interferência, além de possíveis tentativas de obstrução desde o início", aponta a "Telesur".
"A sentença dos dois executores de Marielle Franco e Anderson Gomes, autores do crime que chocou o Brasil e gerou repercussão mundial, foi decidida por um júri com 7 homens, sorteados entre 21 pessoas", informa o "Público".
"O veredito, embora esperado, vem como uma medida de consolo para muitos que viram o martírio da mulher negra e bissexual como um ataque à democracia e temiam que o crime ficasse impune", aponta o "The Washington Post".
"Assim conclui o julgamento do assassinato político mais relevante dos últimos anos no Brasil", diz o "El País".
"A sentença de quinta-feira é vista como apenas um passo em direção à justiça, com outro julgamento ainda por vir para os homens acusados de ordenar seu assassinato", afirma a "ABC News"