Publicado 04/11/2024 11:19
Rio - A Prefeitura do Rio apresentou, na manhã desta segunda-feira (4), o Plano Verão 24/25 com as principais ações empregadas na preparação da cidade para a temporada de chuvas e de calor intensos. Para lidar com um cenário de efeitos climáticos cada vez mais desafiadores, o poder público fez um investimento de R$ 3,3 bilhões nos últimos quatro anos.
PublicidadeOs recursos foram aplicados em 488 iniciativas de prevenção, manutenção, pronta resposta e aquisição de tecnologia. Os objetivos principais são tornar a cidade mais resiliente e proteger os cariocas. A prefeitura anunciou obras de infraestrutura em Jardim Maravilha, Acari, Realengo e Bacia do Canal do Mangue, para corrigir problemas históricos de inundações.
O prefeito Eduardo Paes ressaltou, no entanto, que as obras para solucionar as enchentes são longas: devem durar entre dois e três anos. As intervenções foram priorizadas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e serão financiadas pelo Governo Federal. Até lá, a colaboração da população é essencial para preservar vidas.
"A Bacia do Rio Acari ainda é um lugar complexo para esse verão. É uma região considerada muito crítica na cidade. Serão dois ou três anos para ter a solução definitiva para aquele problema", alertou Eduardo Paes.
O Jardim Maravilha, em Guaratiba, na Zona Oeste, ganhou um projeto que prevê um dique de mais de 3,4 km. A obra do PAC custa R$ 340 milhões.
Em Realengo, será construído um piscinão ao custo de R$ 140 milhões na área de extensão do Parque Realengo para conter as enchentes.
Por fim, a Bacia do Canal do Mangue, na Grande Tijuca, receberá um conjunto de intervenções com recursos do PAC. Na nova fase, o escopo de intervenção foi ampliado. O projeto está em fase de aprovação na Caixa Econômica Federal. Haverá um desvio do Rio Maracanã na altura da Rua Felipe Camarão, com um sistema de microdrenagem na região, onde há problemas de alagamento, incluindo as ruas Moraes e Silva e Ibituruna.
Combate ao calor
A prefeitura explicou que combate o calor por meio de cinco eixos: corredores verdes em logradouros tradicionalmente quentes; implantação do protocolo de calor; criação de parques e reflorestamento.
Este será o primeiro verão com um protocolo para o calor extremo em vigor. São cinco níveis de calor que correspondem a medidas de mitigação de riscos.
O Nível de Calor 1 (NC1) é o próximo da normalidade. Neste estágio, cabe à prefeitura monitorar e alertar a população para a hidratação. Até o NC3, são adotadas medidas de informação. O NC4 presume algumas restrições como suspender atividades laborais externas ou desaconselhar atividades físicas com exposição ao calor. O último nível, NC5, determina a suspensão de atividades, inclusive eventos e shows para garantir a proteção da população.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, alertou que a partir do Nível de Calor 4 (NC4) há preocupação com desidratação, principalmente de grupos mais vulneráveis como idosos, crianças e pessoas em situação de rua. A dengue também é sempre uma preocupação de saúde durante a estação.
"O Rio de Janeiro é a primeira capital a ter um protocolo de calor tão bem definido. É um indicador composto, utiliza diferentes variáveis como temperatura e umidade do ar", explicou.
A previsão da meteorologia do Alerta Rio é de que o verão 2024-2025 será mais ameno do que o passado. No entanto, deve ser mais chuvoso. A estimativa é feita para o próximo trimestre, de novembro a janeiro de 2025.
Outra novidade para a estação mais quente será a disponibilização, por meio do aplicativo do Centro de Operações Rio (COR), de um mapa com 50 áreas de resfriamento para a população. "São pontos como o Museu do Amanhã, com banheiros e sombra, em que as pessoas podem recorrer para evitar o estresse térmico", exemplifica o chefe-executivo do COR, Marcus Belchior.
O novo radar meteorológico do Rio, o Radar do Mendanha, em funcionamento desde março, também será uma novidade no verão 24/25. O equipamento tem tecnologia 3D.
"A cidade do Rio agora tem 100% de cobertura meteorológica. Investimos em tecnologia para proteger a população. Acredite nos alertas da prefeitura. Não é achismo, não é cacique cobra-coral", advertiu Paes. Um software que monitora raios se junta aos radares do Sumaré e do Mendanha para dar mais precisão às previsões.
"É fundamental a parceria da população, especialmente a mais vulnerável, que mora em área de risco, sujeita a deslizamento, mapeada pela prefeitura", reforçou o prefeito.
A capital fluminense tem uma parceria com a Nasa para monitorar possíveis deslizamentos de terra. A tecnologia intitulada modelo de Avaliação de Perigos de Deslizamento para Consciência Situacional (Lhasa Rio) permite acompanhar os riscos de deslizamento na cidade.
A Defesa Civil da cidade do Rio envia alertas gratuitos para o celular de qualquer cidadão. Para receber, basta cadastrar o número por meio de SMS ou WhatsApp. Para cadastro por mensagem de texto, deve-se mandar um SMS para o número 40199 com o CEP que deseja receber os alertas. Já por WhatsApp, é necessário o envio de um "oi" para o número 61 20344611 para receber orientações. Os dois tipos de cadastro são gratuitos.
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