Publicado 25/11/2024 07:36 | Atualizado 25/11/2024 13:28
Rio - A Polícia Civil cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, nesta segunda-feira (25), contra empresários, médicos e advogados envolvidos em fraudes em planos de saúde. A Operação Bisturi mirou um esquema criminoso que, desde 2021, provocou prejuízos estimados em R$ 50 milhões para operadoras. Os agentes estiveram em endereços de Ipanema e Leblon, na Zona Sul, além de na Barra da Tijuca e Jacarepaguá, na Zona Oeste, e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
PublicidadeO principal alvo da operação é o empresário Leandro Gonzaga da Cunha, que chegou a ser conduzido para prestar esclarecimentos na Delegacia do Consumidor (Decon), na Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte. Ele foi ouvido e liberado. A ação também mirou outros dez investigados, entre parentes dele e pessoas ligadas às empresas Fortmed e Medivitale, ambas fornecedoras de produtos hospitalares. A operação apreendeu documentos, celulares e outros aparelhos eletrônicos para análise de dados.
As investigações da Decon apontam que advogados apresentavam na Justiça ações com pedido de liminares para acelerar a aprovação de procedimentos cirúrgicos superfaturados, que seriam pagos pelos planos, para o grupo ficar com os valores indevidos. As fraudes também aconteciam por meio pedidos de falsas cirurgias; reembolso de serviços não realizados; superfaturamento de órteses, próteses e materiais especiais (OPME); e emissão de documentos falsos usando nomes de médicos já mortos. Entre as operadoras lesadas estão Bradesco Saúde, Amil, SulAmérica, Golden Cross, entre outros.
Em nota, a Bradesco Saúde declarou que "repudia e atua fortemente contra a prática de fraudes no setor de saúde suplementar, que impactam todo o sistema, prejudicando tanto operadoras quanto os beneficiários". Já a SulAmérica informou que "todos os seus esforços estão voltados para a preservação da saúde e do bem-estar de seus beneficiários, bem como para a sustentabilidade de todo o sistema de saúde" e, para combater fraudes, "utiliza tecnologia e inovação, protegendo mais de 5 milhões de usuários e garantindo que sejam atendidos por profissionais competentes e qualificados".
A reportagem de O DIA tenta contato com as defesas de Leandro Gonzaga da Cunha e das empresas Fortmed e Medivitale. O espaço está aberto para manifestação.
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