Professor Wagner Louza foi conduzido à 6ª DP (Cidade Nova) e liberado em seguidaRenan Areias/Agência O Dia
Publicado 25/11/2024 17:13
Rio - O professor da rede municipal de ensino do Rio, Wagner Louza, que recebeu voz de prisão durante a manifestação na Avenida Presidente Vargas, Centro do Rio, nesta segunda-feira (25), foi liberado após assinar um termo por resistência. O profissional foi conduzido por policiais do Batalhão de Choque à 6ª DP (Cidade Nova), onde prestou esclarecimentos.
Publicidade
Na saída da delegacia, Wagner garantiu que a luta da categoria contra o Projeto de Lei Complementar 186/2024 é válida e merece ser ouvida. Segundo a Polícia Civil, o caso será enviado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim). A delegacia esclareceu também que o professor recebeu voz de prisão, mas não ficou preso. 
A professora Aline Pavão, que também participou da manifestação, acompanhou Wagner na viatura da PM. Ela conta que a PM deu voz de prisão ao colega de profissão depois dele reclamar do uso de bombas de efeito moral no protesto. "O PM tentou algemá-lo. Eu não permiti que ele fosse sozinho com os policiais na viatura, por isso grudei no corpo do Wagner e fui junto. Eram pelo menos três policiais falando que o professor havia desacatado eles. Eu me solidarizei imediatamente quando vi aquela covardia acontecendo", disse Aline.
A PM diz que durante uma tentativa de bloqueio total da via, agentes do Batalhão de Choque utilizaram materiais de menor potencial ofensivo para impedir os manifestantes. A corporação informou ainda que um professor foi detido durante o tumulto.
Após a condução de Wagner à 6ª DP, o grupo de manifestantes caminhou da Avenida Presidente Vargas até a delegacia, onde o ato foi encerrado. A categoria volta a se reunir às 9h desta terça-feira (26) na Cinelândia, Centro do Rio, para acompanhar a votação do Projeto de Lei Complementar 186/2024 na Câmara dos Vereadores.
Em nota, o Sindicato dos Profissionais da Educação do Estado do Rio (Sepe) criticou a postura da PM. "Mais uma ação arbitrária da PM contra os trabalhadores da educação, que realizavam um protesto pacífico quando foram atacados pelos policiais com a truculência de sempre, atirando bombas de efeito moral e disparos de balas de borracha. Não é a primeira vez que as forças de segurança dos governos municipal e estadual atacam a categoria para evitar o legítimo direito dos trabalhadores de se manifestar em público. Mas continuaremos nas ruas, enfrentando a repressão e a arbitrariede da polícia e dos governos até alcançar o nosso objetivo de barrar o pacote de maldades do prefeito Eduardo Paes", disse.
Entenda o motivo da greve
Segundo o Sepe, a categoria se posicionou contra um pacote de medidas apresentado pelo prefeito Eduardo Paes à Câmara Municipal, o qual disse trazer "vários ataques graves aos servidores municipais". A proposta prevê, entre outros pontos, a "necessária modernização de aspectos pontuais relativos ao regime jurídico dos servidores públicos, tendo em vista que o Estatuto dos Servidores é datado de 1979, carecendo de atualização para os tempos atuais".
Além da paralisação das atividades, os profissionais programaram uma vigília em frente à Câmara Municipal nesta terça-feira e novos atos em diversos pontos da cidade na quarta-feira (27). A continuidade da greve será discutida em uma nova reunião, marcada para sexta-feira (29).
O Projeto de Lei Complementar 186/2024 é alvo de críticas da categoria, que aponta possíveis prejuízos aos direitos dos trabalhadores da rede municipal de ensino. O Sepe reforça que a mobilização seguirá intensa até que a prefeitura dialogue com os profissionais e atenda às suas demandas.

Leia mais