Moradores de condomínio no Engenho Novo usam água da piscina parar driblar desabastecimentoReprodução
Publicado 28/11/2024 14:55
Rio - A falta d'água sentida após a manutenção anual do Sistema Guandu ainda atinge moradores de diversos bairros da capital, nesta quinta-feira (28). Apesar da retomada da produção da Cedae em 100% da capacidade, confirmada no início da tarde, algumas localidades atendidas pelas concessionárias Rio+Saneamento e Águas do Rio seguem com as torneiras secas em um dia com termômetros na casa dos 40°C. O prazo para normalização do fornecimento é o próximo domingo, às 12h.

É o caso de moradores de bairros na região do Grande Méier. Segundo o empresário, Anderson Ramos, de 52 anos, morador do Engenho Novo, seu condomínio está sem água desde esta quarta-feira (27). "Ninguém tomou banho lá em casa de ontem para hoje. Estamos escovando os dentes com água mineral. Pedi a menina que trabalha lá em casa para usar água mineral. Estão pegando água da piscina para jogar no vaso. Uma loucura", criticou.
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"Se não melhorar, vou para casa de um parente em Copacabana. Não dá. Você até fica sem lavar roupa, sem fazer algumas coisas, mas a higiene pessoal é algo que não dá para ficar sem", contou o empresário que também passou por dificuldades para encontrar água mineral em mercados do bairro. "Prateleiras quase vazias", disse.

Ainda segundo ele, o condomínio onde mora, na Rua Frei Fabiano, chegou a solicitar carros-pipa para a concessionária Águas do Rio, mas a empresa respondeu que está priorizando hospitais, colégios, creches e unidades de segurança.

Nas redes sociais, há relatos de falta d'água também em bairros como Méier, Todos os Santos, Engenho de Dentro, Del Castilho, Pilares e Inhaúma, na Zona Norte. Todos os bairros são atendidos pela Águas do Rio. "Um calor desgraçado e Inhaúma sem água. Como é bom viver", criticou uma moradora, em publicação no X, antigo Twitter.

Há também relatos de problemas de desabastecimento na Zona Oeste, onde a distribuição é responsabilidade da Rio + Saneamento. Campo Grande, Bangu, Deodoro e Paciência são algumas das localidades. "Dois dias de calor extremo no RJ e o Rio sem água nos dois dias. Sem uma gota de água no chuveiro. Meio-dia e sensação térmica queimando nos 40 graus", comentou outra usuária do X.
A falta de água impactou na suspensão de aulas em instituições de ensino. O Colégio pedro II, nas unidades do Engenho Novo e Tijuca, não funcionaram nesta quinta-feira, assim como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Em nota, a Cedae informou que a manutenção do Sistema Guandu foi concluída ainda na noite de terça-feira (26), mas a retomada da produção foi adiada a pedido das próprias concessionárias de distribuição. A operação em sua capacidade total só foi liberada nesta quinta-feira, perto das 11h.

Segundo a Águas do Rio, a empresa realizava serviços de melhoria no sistema de distribuição que já foram concluídos. Assim como o reparo da adutora que se rompeu em Rocha Miranda, que integra o Sistema de Ribeirão das Lajes. Com isso, a empresa informou que toda a área atendida deve ser normalizada no prazo de até 72 horas, podendo ser ainda maior nas áreas elevadas e pontas das redes.

Questionada sobre o problema dos caminhões-pipa, a empresa confirmou que vem dando prioridade apenas para os serviços de saúde.
"Balsas vindas de São Gonçalo com água do Sistema Imunana-Laranjal estão sendo utilizadas para abastecer caminhões-pipa, na Região Portuária, para serem destinadas às áreas ainda impactadas durante a normalização dos sistemas Guandu e Ribeirão das Lajes. Até o momento, 1,8 milhão de litros de água já foram disponibilizados, em 89 caminhões-pipa que circulam na região Metropolitana atendendo as unidades de saúde", explicou a empresa. 

Através das redes sociais, a Rio + Saneamento informou que o retorno da água em sua área atendida também ocorrerá de forma gradual num intervalo de até 72 horas. A previsão é a mesma passada pela Iguá Saneamento, que atende a alguns bairros da Zona Oeste.
 
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