Publicado 04/12/2024 12:11
Rio - Fiéis de diversas crenças celebram, nesta quarta-feira (4), o dia de Santa Bárbara, padroeira dos Bombeiros para os católicos, e de Iansã, orixá dos ventos e tempestades nas religiões de matriz africana. A paróquia, em Rocha Miranda, na Zona Norte, recebeu dezenas de devotos ao longo do dia.
PublicidadeO local organizou uma programação especial que inclui missas, procissões e momentos de oração. Desde as primeiras horas da manhã, devotos acompanham as missas. As celebrações começaram às 5h30 e vão até às 20h.
A paróquia ficou lotada nas primeiras missas, reunindo fiéis que tiraram um momento do dia para celebrar o Dia de Santa Bárbara e Iansã. Com velas acesas e orações emocionadas, os devotos manifestaram sua fé em duas figuras que simbolizam coragem e proteção.
Para a aposentada Maria Lúcia Ferreira, de 66 anos, a devoção a Santa Bárbara é um ato de fé que atravessa gerações em sua família. "Eu vou à igreja todo ano, desde criança, quando minha mãe me trazia. Santa Bárbara é minha protetora, sempre peço a ela que me livre das tempestades da vida. Já passei por momentos difíceis, mas com a fé nela, consegui superar. Hoje eu levei meus netos, para que aprendam desde cedo a importância da fé e da proteção divina", afirmou.
A vendedora Paula Oliveira, de 39 anos, também celebrou a data e destacou como a santa tem um papel importante em sua vida. "Santa Bárbara é um símbolo de força e coragem. Sempre que me sinto fraca ou com medo, rezo para ela. Já tive situações em que precisei de muita força, e foi nas orações a ela que encontrei paz. Esse dia é especial, porque nos lembra que, assim como ela enfrentou as dificuldades com fé, nós também podemos enfrentar nossos desafios", ressaltou.
Lorena Costa, 44 anos, líder espiritual na Umbanda, falou sobre a importância do sincretismo religioso e a conexão entre as duas figuras: "Na época em que os escravos tinham que reverenciar os santos católicos, eles escolhiam uma santidade dentro do sincretismo católico para reverenciar, com os mesmos simbolismos, com as mesmas forças. Santa Bárbara foi escolhida. E dentro da Umbanda, a imagem de Santa Bárbara representa Iansã, a orixá da guerra. Hoje estou aqui para reverenciar Santa Bárbara dentro do catolicismo e também minha orixá dentro da minha religião, que é a Umbanda", explicou ao DIA.
Já a professora de dança Mariana Amador, 23 anos, também devota de Iansã, compartilhou sua trajetória de fé, que começou com Santa Bárbara e se aprofundou na Umbanda. "Minha vida começou com Iansã há sete anos, aqui na igreja de Santa Bárbara, inclusive. Hoje eu entendo que, naquela época, ela me preparou para reconhecê-la em outra religião. Eu não tinha religião antes. Passei em frente à igreja de Santa Bárbara, me senti bem, entrei, virei coroinha, fiz crisma, fiz comunhão. Depois, senti meu chamado dentro da Umbanda e fui. Estou há três anos na Umbanda, e minha conexão com Iansã tem sido dentro da religião. Ela é minha protetora, minha acolhedora, quem me dá sustentação, direção e tudo na vida", ressaltou.
Santa Bárbara, venerada como padroeira dos bombeiros e protetora contra tempestades, é também reconhecida pelos praticantes de Umbanda e Candomblé como representação de Iansã, a orixá dos ventos e raios. Para muitos, o dia é uma oportunidade de agradecer por livramentos e pedir força para enfrentar as adversidades.
A história de Santa Bárbara
Santa Bárbara nasceu na cidade de Nicomédia, na região da Bitínia, onde atualmente se localiza a cidade de Izmit, na Turquia, às margens do Mar de Mármara. Bárbara viveu no final do século III. Foi filha única de um rico e nobre morador de Nicomédia. Após se converter à fé cristã, ela foi condenada ao martírio pelo próprio pai.
No entanto, o pai acabou morrendo atingido por um raio, o que acabou a tornando a protetora contra tempestades, além de ser nomeada padroeira dos artilheiros, dos mineradores e das pessoas que trabalham com fogo, como bombeiros.
Santa Bárbara nasceu na cidade de Nicomédia, na região da Bitínia, onde atualmente se localiza a cidade de Izmit, na Turquia, às margens do Mar de Mármara. Bárbara viveu no final do século III. Foi filha única de um rico e nobre morador de Nicomédia. Após se converter à fé cristã, ela foi condenada ao martírio pelo próprio pai.
No entanto, o pai acabou morrendo atingido por um raio, o que acabou a tornando a protetora contra tempestades, além de ser nomeada padroeira dos artilheiros, dos mineradores e das pessoas que trabalham com fogo, como bombeiros.
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