Publicado 22/12/2024 19:53
Rio - Uma mulher denunciou nas redes sociais ter sido vítima de racismo na última quinta-feira (19), enquanto olhava vestidos na loja da Farm, no shopping Nova América, em Del Castilho, Zona Norte do Rio. A empreendedora Jane Raquel, 33, disse que foi acusada pela gerente e o estoquista do local de furtar um item, mesmo sem nenhuma prova.
PublicidadeA vítima detalhou que entrou no estabelecimento acompanhada de quatro amigas. Enquanto olhava as peças em uma arara, as demais deixaram a loja, e ela deu uma leve corrida para alcançá-las. Esse movimento, segundo Jane, chamou a atenção dos funcionários, que posteriormente a acusaram de furto.
"Vivenciei algo muito doloroso, sofri racismo e fui acusada injustamente de roubo. Só mexi na primeira arara, saí da loja e dei uma corridinha para alcançar elas. Fomos em outras lojas e senti que estava sendo seguida por volta de 40 minutos, e logo em seguida fui abordada pela gerente me acusando de roubo sem nenhuma prova. Fomos até a loja e chegando lá, sem provas e sem ter conferido a câmera antes, pediu para olhar minha bolsa", escreveu.
Ao DIA, Jane conta que desde o momento em que entrou na loja, já se sentiu desconfortável com a forma em que foi atendida: "Todos os atos, desde o início, foram de racismo! Desde o momento em que eu entrei na loja, encostei na peça e virei o preço, ela [gerente] já me discriminou, dando a entender como se eu não tivesse condições alguma de comprar aquela peça. Então, no mesmo pé que eu entrei, eu saí da loja, não cheguei nem a rondar pela loja. Eu cheguei na primeira arara, onde estava o vestido que me chamou atenção para minha filha".
Ainda conforme a empreendedora, após voltar no local para esclarecer a acusação, a equipe do estabelecimento fechou o espaço com ela e as amigas dentro. Jane também afirmou que alguns funcionários debocharam da situação.
"Um segundo funcionário disse que me viu saindo com uma peça na mão, nos mandou calar a boca fazendo um sinal de deboche com a mão. Continuamos por mais ou menos 1h dentro da loja com os funcionários e o coordenador do shopping responsável pela segurança, e quando saímos ficamos mais 50 minutos aguardando a polícia", escreveu.
Jane disse que ela, as amigas e os funcionários foram parar na 44ª DP (Inhaúma), onde o caso foi registrado. Ela relembrou ainda que, mesmo após provar que não tinha roubado nada, não recebeu nenhum pedido de desculpas por parte dos envolvidos.
A Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento e testemunhas estão sendo ouvidas.
Por meio de nota, o shopping Nova América disse que não tolera nenhuma forma de discriminação e acompanha a situação ocorrida em uma de suas lojas. "O shopping reitera que o ocorrido não reflete a cultura da empresa, que preza pelo respeito, a pluralidade e a diversidade", acrescentou.
A reportagem de O DIA procurou o Grupo Soma, que responde pela marca Farm, mas não teve retorno. O espaço segue aberto.
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