Médica intensivista Juliana Paitach consolou a mãe da jovem Juliana, Dayse RangelReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Publicado 25/12/2024 14:12 | Atualizado 25/12/2024 14:13
Rio - A jovem baleada por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) está em coma induzido e em estado grave, mas estável. Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi atingida na cabeça por um tiro de fuzil, na Rodovia Washington Luiz (BR-040), na noite de véspera de Natal. A vítima passava pela via, quando o veículo em que estava com a família foi alvo de disparos. 
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Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (25) na unidade de saúde, a médica intensivista Juliana Paitach explicou que a paciente está em ventilação mecânica e recebendo medicamento para manter a pressão estável. Apesar da gravidade, há um padrão de estabilidade, uma vez que a jovem não apresentou piora no quadro de saúde. 
"A Juliana tem o estado grave, porém está estável, recebendo tudo o que ela precisa, está em ventilação mecânica e no coma induzido. Do que ela chegou para agora, não teve piora, ela se manteve num grau de gravidade que estabilizou com a medicação e não teve piora. Ou seja, temos uma gravidade, mas num padrão de estabilidade, até o momento", afirmou a médica. 
De acordo com Paitach, a equipe médica que acompanha Juliana vai esperar as próximas 24 horas para poder repetir exames, como uma nova tomografia, para que não haja risco de piora na parte cerebral. Os profissionais vão avaliar, entre outras coisas, se a paciente está apta ou não para a retirada da ventilação mecânica. 
"Ela não tem 24 horas que entrou conosco e fez os procedimentos, então, agora a gente espera 24 horas, com todas as medidas protetoras, para que não tenha piora da parte cerebral e, após 24 horas, a gente repete os exames. Conforme estiver junto com a neurocirurgia, com toda a equipe médica, a gente avalia: vamos iniciar a retirada da ventilação? Vamos manter mais 24 horas? É uma avaliação que a gente faz diariamente, de acordo com a evolução clínica do paciente. Não existe um protocolo fixo, vai de paciente e paciente".
Segundo a intensivista, o projétil que atingiu o crânio de Juliana foi retirado durante cirurgia, quando chegou ao hospital na terça-feira (24). "Apesar da lesão cerebral ser uma lesão grave, ela não tem um sinal de gravidade que a gente faz uma hipertensão intracraniana. Na imagem inicial, você vê que não tem esse sinal de gravidade, então, a gente vai ter que acompanhar, ver como vai evoluir". 
A médica apontou também que ainda é muito cedo para saber se a vítima terá sequelas. "Ainda não tem como saber, eu falo que o cérebro é uma caixinha de surpresa. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez, com muita eficiência e tem tudo para evoluir para uma positividade. Mas, não tem como a gente saber, tem que aguardar, realmente". A profissional confortou a mãe de Juliana, Dayse Rangel, que, ainda muito abalado, permanece no hospital desde a noite de ontem. 
Nesta quarta-feira, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que afastou preventivamente os agentes que balearam a jovem de todas as atividades operacionais. A corporação também determinou abertura de um procedimento interno e a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família. O caso é investigado pela Polícia Federal, que instaurou um inquérito, realizou perícia, ouviu os policiais e as vítimas e apreendeu as armas para análise pela perícia técnica criminal.
*Colaborou Reginaldo Pimenta

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