Publicado 26/12/2024 08:03 | Atualizado 27/12/2024 10:48
Rio - O ator Ney Latorraca morreu aos 80 anos, na manhã desta quinta-feira (26), em decorrência de uma sepse pulmonar. O veterano estava internado desde o dia 20 de dezembro na Clínica São Vicente da Gávea, na Zona Sul do Rio, em função do agravamento de um câncer de próstata.
PublicidadeA informação foi confirmada, em nota, pela unidade de saúde. "A Clínica São Vicente lamenta profundamente a morte do paciente Antonio Ney Latorraca na manhã desta quinta-feira e se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda. O hospital também informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes", diz o comunicado.
Ney foi diagnosticado com câncer na próstata em 2019 e passou por cirurgia. A doença, no entanto, voltou em agosto deste ano, com metástase. O artista deixa o marido, o ator Edi Botelho, com o qual era casado há 30 anos.
Trajetória profissional
Filho de artistas, o cantor e crooner de boates Alfredo e da corista Tomaza, Antônio Ney Latorraca iniciou a trajetória profissional no teatro. Aos 19 anos, interpretou Pluft, o Fantasminha e, pouco tempo depois, em São Paulo, passou em um teste para o elenco da peça "Reportagem de um Tempo Mau", dirigida por Plínio Marcos, no Teatro Arena. Contudo, o espetáculo foi censurado pelo governo militar.
A estreia do artista na televisão aconteceu nas novelas "Beto Rockfeller" (1968) e "Super Plá" (1969), na TV Tupi. Ele também teve uma passagem pela Record.
Natural de Santos, em São Paulo, Ney começou a trabalhar na TV Globo em "Escalada" (1975) e integrou outros folhetins como "O Grito" (1975), "Estúpido Cupido" (1976), "Sem Lenço, sem Documento" (1977), "Dancin' Days" (1978), "Cabocla" (1979), "Coração Alado" (1980) - em que interpretou com Vera Fischer a primeira cena de estupro em uma novela das oito -, "Elas por Elas" (1982) e "Um Sonho a Mais" (1985), como a travesti Anabela. Nessa trama, inclusive, ele deu vida a seis personagens.
Em 1990, o ator foi para o SBT e fez parte da novela "Brasileiras e Brasileiros". No ano seguinte, retornou à TV Globo e brilhou em "Vamp" como o Conde Vladimir Polanski (Vlad). Ainda na emissora, o veterano trabalhou em "Éramos Seis" (1994), "Zazá" (1997), "O Cravo e a Rosa" (2000), "O Beijo do Vampiro" (2002), "Da Cor do Pecado" (2004), "Negócio da China" (2008), "Meu Pedacinho de Chão" (2014) e "Novo Mundo" (2017).
Ney também fez participações em minisséries e especiais como "Rabo de Saia" (1984), "Anarquistas, Graças a Deus" (1984), como o italiano Ernesto Gattai, "Você Decide" (1999), "Brava Gente" (2001), "SOS Emergência" (2010) e "A Grande Família" (2011), além de humorísticos como "TV Pirata" (1988), em que encarnava o memorável Barbosa, "Os Trapalhões" (1991) e "Tá no Ar: a TV na TV" (2018).
No cinema, atuou em 23 filmes, como "Audácia: A Fúria dos Desejos" (1969), "Sedução" (1974), "Anchieta, José do Brasil" (1976), "Ópera do Malandro" (1985), "Carlota Joaquina, Princesa do Brazil" (1995), "O Diabo a Quatro (2004), "Irma Vap - O Retorno" (2006) e "O Gerente" (2011).
Já no teatro, estrelou 13 peças. Ao lado de Marco Nanini, ficou 11 anos em cartaz com o espetáculo "O Mistério da Irma Vap", com direção de Marília Pêra. A comédia entrou para o Guinness Book como a peça com o mesmo elenco por mais tempo em cartaz.
Leia mais