Publicado 09/01/2025 18:14
Rio - Aposentados e pensionistas do setor de educação do município de Rio Bonito, na Região Metropolitana, denunciam que estão sem receber salário há dois meses, além da falta do pagamento do 13º. Os problemas começaram em novembro e seguem sem previsão de solução.
PublicidadeAo DIA, nesta quinta-feira (9), a professora aposentada Maria do Carmo Ferreira, de 61 anos, contou que os atrasos aconteceram diversas vezes em 2024. Apesar da demora, os pagamentos eram realizados devido a um escalonamento. Contudo, no final do ano, o problema se agravou. Segundo a denunciante, são 415 profissionais sem receber desde novembro.
"Nós, aposentados e pensionistas, estamos nessa luta para receber. Quando foi agora no mês de novembro, começou a não nos pagar direito. Em novembro, não recebemos. O 13º também não, assim como o mês de dezembro, que seria no quinto dia útil desse mês. O de dezembro é compreensível porque o atual prefeito entrou e está arrumando a casa, mas mesmo assim estamos em desespero. Temos contas para pagar, temos nossos cartões que vencem e ninguém quer saber disso", comentou.
De acordo com a professora, além dos 415 que não receberam o mês de novembro, todos os funcionários aposentados e pensionistas da educação do município também não ganharam o 13º e o pagamento de dezembro.
"Nós estamos preocupados porque, pelo o que fiquei sabendo, já contrataram outros cargos e isso requer verba. Se não tem dinheiro, acho que primeiro tem que acertar o que está devendo para resolver essas questões. No meu caso, é difícil pois tenho coisas para pagar, mas nós temos colegas que, infelizmente, estavam implorando por salário porque estão devendo aluguel, conta de luz e de água, e pessoas que estavam passando dificuldades porque não tinham alimentos dentro de casa", disse.
A professora Aparecida Regina dos Santos, de 58 anos, sustenta dois filhos, sendo um deles com Transtorno do Espectro Autista (TEA), de 14 anos. A aposentada destacou que a falta do salário influencia nos cuidados necessários do jovem.
"Ele demanda de terapias, de esporte e eu tô praticamente nesses dois meses sem poder fazer muita coisa. Tenho as consultas dele, a parte de nutrição, a parte de suplementos e a natação. Está tudo parado porque simplesmente estamos sem dinheiro. Eu não posso quebrar a alimentação porque ele vai ter uma alteração no organismo. Está difícil. Tô vivendo praticamente de esmola porque eu não posso deixar de fazer o arroz orgânico dele, a carne orgânica, o legume e é tudo muito caro", disse.
Para a mulher, as expectativas de melhora não são boas. "Não tem nada definido. Se ligar agora para lá, eles simplesmente dizem que não tem previsão. Eu sou temente a Deus, só Ele mesmo pra resolver essa situação. A expectativa que dão para gente é de cunho totalmente negativo. Foi um município que ajudou muito meu filho e agora a gente vê esse desprezo com os profissionais. É uma sensação horrível", contou.
Também professora, Rogéria Martins, de 58 anos, informou que há famílias que estão sem alimento, com a luz cortada, com ordem de despejo e sem poder comprar os alimentos.
"Mudou a gestão e ainda não temos previsão para receber e nem muito menos informação de como irão fazer para acertar esses três pagamentos vencidos. Depois de mais de trinta anos de trabalho e desconto em previdência para um descaso. Após tanto tempo de dedicação ao trabalho estamos passando por essa humilhação. Temos aposentados em tratamento de câncer sem alimentação e sem remédios. Notícias de pessoas com ordem de despejo. Tudo isso afeta a saúde mental das pessoas. Somos pessoas com mais de 55 anos já desgastados pelo trabalho e agora com o emocional devastado", finalizou.
No dia 31 de dezembro, a classe realizou uma manifestação na frente da prefeitura para ter respostas sobre o assunto. De acordo com as aposentadas, uma nova reunião está marcada para a manhã desta sexta-feira (10) sobre o tema.
Questionada, a Prefeitura de Rio Bonito ainda não respondeu. O espaço está aberto para manifestação.
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