Publicado 20/02/2025 18:00 | Atualizado 20/02/2025 19:51
Rio - A queda de uma árvore há quase um mês na Rua Ângelo Agostini, esquina com a Rua Bom Pastor, na Tijuca, Zona Norte, vem trazendo muitos transtornos para moradores e trabalhadores da região, já que seus troncos ainda ocupam parte da calçada, obrigando os pedestres a transitar pela rua. Além disso, um grande problema preocupa quem passa pelo local: ela está infestada de abelhas.
PublicidadeA árvore, que já dava indícios de que poderia cair a qualquer momento, veio ao chão sozinha na madrugada do dia 22 de janeiro, como disse ao DIA o porteiro Guilherme Silva, 50 anos, que trabalha em um prédio ao lado do local em que os troncos caíram.
"Eu cheguei aqui no trabalho, mais ou menos 6h e ela já tinha caído na casa da vizinha, por cima do muro. Logo em seguida, ela ligou para os Bombeiros, que vieram e fizeram a poda, mas não tiraram a árvore toda. A prefeitura já mandou várias equipes aqui, mas não conseguiram retirar porque tem abelha. Sempre que liga a máquina para cortar o tronco, as abelhas atacam o pessoal. Essa abelha aqui já é antiga, tem mais de dez anos", disse Guilherme.
A médica Liliane Miceli, 43 anos, filha da dona da casa localizada em frente à árvore, contou que os Bombeiros apenas desobstruíram o portão da mãe, mas não puderam retirar todos os troncos por causa da colmeia.
"Eu fui deixar meus filhos na casa da minha mãe e me deparei com a árvore caída no chão, tapando toda a saída da casa e a calçada. Liguei para os Bombeiros e pedi orientação do que fazer. Eles falaram que poderiam ir para tirar a árvore e desobstruir a calçada. Só que quando eles se depararam com a colmeia, disseram: Não tenho equipamento que possa lidar com as abelhas, não posso colocar meus funcionários em risco. Tem que falar com o 1746 para vir um apicultor para mobilizar a colmeia, porque as as abelhas são protegidas por lei”, afirmou.
"Então eu liguei para o 1746 e eles falaram que não tem apicultor, que não existe isso, que a gente deveria arcar com o apicultor. Mas eu falei: ‘É, mas a árvore é na rua. A rua não é minha’. Eles falaram que não tinha nada a fazer e a árvore está lá, ninguém mexe", completou.
O administrador Fabrizio Premazzi, 32 anos, morador da rua, também falou sobre os transtornos que as pessoas passam com os troncos ocupando a calçada. "Há um mês que essa árvore está bloqueando nossa rua, fazendo com que as pessoas tenham que caminhar na via que passa carros e é de paralelepípedo, que gera dificuldade para cadeirantes e carrinhos de criança . E para piorar, ela está cheia de abelhas! Isso pode dar problema sério", reclamou.
Ainda segundo Liliane, além de bloquear a calçada, a árvore ainda danificou parte do muro da casa da mãe dela, a idosa Luísa Gullo, 80 anos. “Ela teve que consertar o muro com o custo dela. Mas graças a Deus que ela não ouviu nada. Ela soube quando eu cheguei e liguei para ela. Falei: ‘Mãe, você viu alguma coisa?’ Ela: ‘Não, estava dormindo’. E graças a Deus, que ela não estava lá fora, porque poderia ter caído em cima dela”, disse.
De acordo com a médica, as abelhas são uma preocupação para os moradores desde a época em que surgiram. “Essa árvore já era problemática por causa de uma colmeia que tem lá. A gente já chamou a Defesa Civil, ligou para o 1746 várias vezes para tentar resolver essa questão e não conseguimos”, contou Liliane, que disse não saber de nenhum ataque das abelhas.
Já o porteiro Guilherme contou que recentemente uma mulher foi picada ao passar perto da árvore. “Inclusive, uma moradora aqui do prédio foi atacada por uma abelha no sábado. Eu falei: ‘A abelha aqui dá árvore, né?’. Ela falou: ‘É’. Picou a orelha dela, ainda bem que não ficou o ferrão, mas está muito perigoso essas abelhas aqui”.
Por meio de nota, a prefeitura do Rio informou que não possui serviço de remoção de enxames de abelhas. “Caso os insetos estejam ativos e atacando, contate o Corpo de Bombeiros pelo 193, visto ser de sua atribuição o atendimento para este tipo de emergência. Caso os insetos estejam localizados em área particular (residência, playground, PC de luz, telhados, árvores internas, etc...), será necessário contratar um apicultor qualificado para a execução do serviço, visto que os insetos não podem ser eliminados, com base na Lei Estadual 2155/93. Caso os insetos estejam localizados em postes ou árvores próximos de fiação elétrica, em logradouros públicos, a responsabilidade passa a ser da concessionária Light Serviços de Eletricidade S.A., que atende pelo telefone de emergência 196”, orientou.
Já a Comlurb disse que "iniciou a remoção da árvore, mas o serviço precisou ser interrompido devido à presença de grande quantidade de abelhas no interior do vegetal, para garantir a segurança dos garis. O único órgão habilitado a fazer a retirada das abelhas é a Federação dos Apicultores do Rio de Janeiro. Somente após a retirada das abelhas a Comlurb poderá concluir o serviço", afirmou em nota.
Procurado, o Corpo de Bombeiros não respondeu aos questionamentos da reportagem até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para manifestação.
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