Rio conquista primeiro lugar entre as capitais em ranking de Atenção Primária à Saúde

Pela primeira vez, a cidade do Rio assumiu o topo entre todas as capitais do Brasil nos indicadores do serviço de Atenção Primária à Saúde (APS) no primeiro quadrimestre de 2025 do programa Previne Brasil do Ministério da Saúde. A nota final é 8,58 no Indicador Sintético Final (ISF), acima de todas as outras metrópoles do país como São Paulo, Brasília e Fortaleza. 

Criado pelo Ministério da Saúde em 2019, o Previne Brasil define os critérios avaliativos como forma de basear os indicadores de desempenho dos serviços de saúde, unindo a qualidade e eficiência de cada APS regional do Brasil. Os índices se dividem em consultas de pré-natal e saúde bucal para gestantes, exames de sífilis, HIV e citopatológico, cobertura vacinal de crianças com a pentavalente e contra poliomielite e a assistência aos pacientes com hipertensão e diabetes.

“Este ano, o município do Rio atingiu a marca de 80% de cobertura de Atenção Primária à Saúde (APS) pela primeira vez em sua história, graças à reestruturação iniciada em 2021. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio permanece investindo na população carioca. Nos últimos anos, ampliamos a carteira de oferta do SUS na cidade. Reformamos unidades, criamos novos serviços online e canais de comunicação como o minhasaude.rio, inauguramos o Super Centro Carioca de Saúde, em Benfica, que já ultrapassou a marca de mais de 2 milhões de procedimentos realizados desde a sua inauguração em 2022. E abrimos o Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, em 2023, com funcionamento todos os dias. Esta posição no Previne Brasil é resultado da qualidade dos cuidados de uma equipe incansável”, destaca o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz.

Com 239 unidades de APS distribuídas no município, clínicas da família e centros municipais de saúde, as equipes de Saúde da Família se totalizam em 1.374, entre médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem, além de agentes comunitários e de vigilância em saúde. A classificação no ranking do programa Previne Brasil é fruto do financiamento da Atenção Primária à Saúde com o Ministério da Saúde, proporcionando melhoria nos indicadores.

"É o reconhecimento do trabalho de mais de 30 mil profissionais que trabalham direta ou indiretamente na Atenção Primária. É o reconhecimento do trabalho em equipe, que se dedica muito para tornar o sistema de saúde cada vez melhor. Esse resultado devemos primeiro ao investimento importante da prefeitura com a criação das Clínicas da Família, das Unidades de Saúde da Família, que começou lá em 2009 com 130 unidades novas sendo inauguradas. É um investimento de mais de 15 anos. Não é uma conquista que acontece do dia para a noite. E também se deve à organização dos dados e dos sistemas de informação. Hoje, a gente consegue agregar toda informação de todos os sistemas em um único datalake [plataforma que armazena grande quantidade de dados]", celebra Soranz.

Ainda de acordo com o secretário, organizar o sistema de dados também foi fundamental para a conquista. "Nós conseguimos ter uma das maiores coberturas vacinais do país, que é um dos indicadores avaliados pelo Previne. Cada criança que nasce na cidade a gente consegue monitorar através dos prontuários eletrônicos e saber qual a data que ela deve tomar a vacina. Se não tomar, enviamos um agente comunitário na casa dela para que lembre sobre a importância de se vacinar, de se prevenir e de manter a carteira de vacinação em dia. No final, o objetivo desses indicadores é aferir a nossa capacidade de fazer a população carioca viver mais e melhor. É muito importante ter essa cultura de dados, de levantar essas informações para que a gente possa, de fato, saber onde precisa investir mais e onde já temos um bom desempenho."

A Atenção Primária à Saúde representa a porta de entrada do SUS e se caracteriza por um conjunto de ações, no âmbito individual e coletivo, que abrangem estratégias de promoção à saúde, a prevenção de doenças, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação. A categoria funciona como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos.

Para fortalecer ainda mais a rede, o Rio apostou na inovação tecnológica, buscando sistemas interligados entre a Atenção Básica e a Atenção Especializada, integração entre sistemas de almoxarifado e controle de estoque. "A tecnologia, além de trazer muita economia para o sistema, evitar procedimentos desnecessários, risco à saúde do paciente fazendo exames que já foram feitos e que não precisam se repetir, também permite que as pessoas possam atuar de maneira mais desburocratizada e direcionada a um resultado melhor. O Rio tem prontuário eletrônico na Atenção Primária em todas as unidades desde 2010. Hoje, em qualquer ponto do sistema de saúde você consegue ter informação sobre aquele paciente, o que permite que, de fato, você seja mais eficiente."

Vale ressaltar que o Rio utiliza uma metodologia de avaliação própria, baseada em indicadores de performance. Tais critérios são equivalentes aos usados pelo Ministério da Saúde no Previne. Para o secretário, conseguir informações em tempo real auxiliam na implementação de soluções para os cuidados de cada paciente.

"A principal mudança [do modelo de avaliação] é a gente conseguir ter informações em tempo real e saber, em um curto espaço de tempo, o que está acontecendo com o sistema e com os indicadores de saúde para que possa estar sempre implementando soluções, que possam transformar o sistema e aumentar o cuidado para cada grupo de paciente. Gerar informações em tempo real é uma novidade no SUS, que o Previne Brasil e o Ministério da Saúde conseguem fazer, o que faz muita diferença no ponto de vista da sociedade. Com os indicadores saindo sempre e sendo publicizados, as pessoas podem cobrar que a sua cidade avance e tenha desempenhos melhores. Profissionais também poderão desenhar um planejamento muito mais direcionado. A gente consegue tornar o sistema ainda mais eficiente, com capacidade de mostrar um bom desempenho na atenção primária, que eu acho que é a base de qualquer sistema de saúde", complementa Soranz.

Para os próximos meses, a meta da SMS é continuar fortalecendo a rede, além de ampliar o programa de Saúde da Família e o investimento estruturado das tecnologias de informação.