Agentes da 26ª DP, com apoio da Polícia Civil de Goiás, cumprem mandados de busca e apreensãoReprodução
Publicado 16/07/2025 08:20
Rio - A Polícia Civil realizou, nesta quarta-feira (16), uma operação contra uma quadrilha especializada em invadir contas bancárias e furtar altas quantias de dinheiro. As vítimas tinham computadores e celulares hackeados. Uma delas teve um prejuízo maior do que R$ 480 mil.
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A 26ª DP (Todos os Santos) descobriu um esquema de crimes cibernéticos em diversos estados do país. As investigações apontaram que os criminosos usavam técnicas sofisticadas de apropriação e controle remoto dos computadores das vítimas para entrar nas contas bancárias e subtrair o patrimônio.
De acordo com a apuração, os suspeitos conseguiam acessar os aparelhos após as pessoas clicarem em links enviados por eles. A partir disso, o grupo tinha total acesso às contas das vítimas.
As movimentações financeiras milionárias foram identificadas de novembro de 2024 até março deste ano. Os investigadores identificaram que o dinheiro furtado foi para conta de um casal de empresários de Goiás. A corporação informou que o grupo tinha um esquema de lavagem de dinheiro com o objetivo de dificultar o rastreio dos recursos e disfarçar a origem dos valores.
Segundo a Civil, a quantia desviada era transferida para contas de "laranjas" e repassadas para construtoras e transportadoras em nome dos próprios criminosos. A movimentação de entrada nas contas foi de R$ 1,8 milhão, sendo que R$ 800 mil foram encaminhados para contas gerenciadas pelos próprios suspeitos.
O grupo ainda utilizava o montante roubado para adquirir veículos de alto valor, também registrados em nome de terceiros. As ações buscavam garantir aparência de legalidade ao patrimônio obtido de forma criminosa.
A Operação Corsários Virtuais teve o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão no Estado de Goiás. A 26ª DP contou com apoio de agentes da Polícia Civil goiana. Celulares e cartões foram apreendidos em residências de suspeitos. Em um dos imóveis, os policiais tiveram que arrombar o portão para entrar.
Por determinação judicial, houve o bloqueio de contas dos suspeitos no valor de R$ 480 mil. Os investigados serão monitorados por tornozeleira eletrônica.
Alerta
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta que criminosos estão criando novas abordagens para aplicar golpes, como o do acesso remoto, que ficou popularmente conhecido como golpe da "mão fantasma." As estratégias usam técnicas de engenharia social, que consistem na manipulação psicológica do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais ou faça transações em favor das quadrilhas.
A Febraban fez o primeiro alerta em agosto de 2022. Neste crime, o autor entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário de banco. Usa várias abordagens para enganar o cliente: informa que a conta foi invadida, clonada, que há movimentações suspeitas, entre outras táticas, e diz que vai enviar um link para a instalação de um aplicativo que irá solucionar o problema. Se o cliente instalar o aplicativo, o criminoso terá acesso a todos os dados que estão no celular.

A instituição esclarece que os aplicativos dos bancos contam com o máximo de segurança em todas as suas etapas, desde o seu desenvolvimento até a sua utilização. Não há registro de violação da segurança desses aplicativos, os quais contam com o que existe de mais moderno no mundo para este assunto. Além disso, para que os aplicativos bancários sejam utilizados, há a obrigatoriedade do uso da senha pessoal do cliente.

No caso do golpe do acesso remoto, os criminosos realizam pesquisas no aparelho buscando por senhas eventualmente armazenadas pelos próprios usuários em aplicativos e sites. Muitos usuários anotam suas senhas de acesso ao banco em blocos de notas, e-mails, mensagens de Whatsapp ou em outros locais do celular. Também há casos de clientes que usam a mesma senha de acesso do banco em outros aplicativos, sites de compras ou serviços na internet, e estes aplicativos, em grande parte dos casos, não contam com sistemas de segurança robustos e a proteção adequada das informações dos usuários.
“O banco nunca liga para o cliente pedindo para que ele instale nenhum tipo de aplicativo ou ferramenta em seu celular. Se receber um contato com este pedido, desligue o telefone na hora e ligue de um outro telefone para os telefones oficiais de seu banco, que estão no verso de seu cartão”, alerta Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.

Faria também acrescenta que os bancos também nunca ligam pedindo senha nem o número do cartão ou ainda para que o cliente faça uma transferência ou qualquer tipo de pagamento para supostamente regularizar um problema na conta.

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