Alunos do Colégio da Companhia de Maria, no Grajaú, e parte dos alimentos arrecadados Divulgação
Publicado 29/08/2022 00:00
Na semana passada, o Colégio da Companhia de Maria, no Grajaú, pediu pra que eu gravasse um vídeo de apoio à gincana dos alunos que aconteceu esse fim de semana.

Quem me conhece, sabe o quanto eu adoro que as pessoas me peçam pra tirar foto, gravar vídeo… Se for pra esse objetivo então, aí mesmo que eu faço!

Eu só não imaginava que essa gincana, composta por 180 alunos, 12 equipes, professores e responsáveis fosse tão importante para aqueles que mais precisam de ajuda: os que têm fome.

As organizadoras são duas professoras, Viviane Lyrio e Rosângela Mendes, e uma das tarefas mais importantes da “brincadeira” era arrecadar alimentos. O negócio deu tão certo que a gincana arrecadou, pasmem, mais de 17 toneladas!

“Essa gincana acontecia há 25 anos, mas com o tempo deixou de ser realizada. Nós, como ex-alunas, conversamos com a direção e lembramos o quanto a gente se envolvia na realização. Aí a diretora se encantou e pediu para que tocássemos esse ano. Assim aconteceu”, conta Viviane.

Gente, que máximo! Cada quilo de alimento arrecadado valia 1 ponto na gincana. Pra ter noção da proporção, mais de 10 instituições serão ajudadas com tudo que foi arrecadado.

“Nossa escola voltou a ser viva após a pandemia. As famílias participaram e agora a gente vai ter que entrar em contato com outras instituições, para distribuição. Superamos, em todos os sentidos, as nossas expectativas e estamos imensamente felizes em poder viver este momento”, finaliza essa.

Que maravilha de história. Essa vai para quem acredita que não há fome no Brasil! E já que as autoridades não fazem por onde, tá aí um exemplo e tanto de solidariedade e empatia. Corrente do bem, né?

Parabéns às professoras, ao colégio e a todas as famílias que colaboraram! Quem sente a dor de não ter o que comer é imensamente grato.

Ahh! A equipe vencedora foi a equipe Esperança, mas quem saiu ganhando foi todo mundo que participou.
PINGO NO I
Ainda falando sobre educação, mas agora um lado triste…

“Eu nunca desisti de nada em minha vida, mas agora já deu. Ninguém liga para nós”.

Como dói ouvir essas palavras tão arrasadoras da Tia Lily, uma pessoa que a gente acompanhou e divulgou desde o início de tudo… Ela foi ao rádio, na TV, no jornal, mas infelizmente, quatro anos depois, ela anunciou o fim das atividades do projeto de aulas gratuitas para crianças idosos e pessoas em situação de rua na praça Agripino Grieco, no Méier.

“O dinheiro que consegui na TV, eu paguei a minha faculdade, dívidas e o que restou investi no projeto, mas ele acaba. A pandemia derrubou qualquer possibilidade… Eu tô sem emprego, sem qualquer apoio”, conta ela.

No comunicado que ela me enviou, ela fala no amor que tem à educação, aos alunos, e também em fracasso:

“Eu fracassei com vocês. Meu coração está em pedaços, mas quem sabe um dia o nosso sonho não seja realizado?”

Não, tia Lily! A senhora não é fracassada! É uma guerreira, que durante todo esse tempo, na raça, alfabetizou muita gente, sem qualquer auxílio do poder público.

Uma pena que as autoridades não enxerguem esse projeto tão legítimo.

Educação é herança, é a certeza de dias melhores.
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