Desde o dia 18 que o prefeito Marcelo Crivella decretou a obrigatoriedade do uso de máscaras na cidade do Rio. E mesmo certo de que uma parte da população, confiante em sua saúde de ferro, como quem tem peito de aço, não está acatando a decisão, aproveito para falar sobre o que tem no desenrolar dos fatos desse momento.
O novo apetrecho do cotidiano carioca está por aí, sobre as bancadas improvisadas dos camelôs cariocas. Nos subúrbios, obviamente não poderia ser diferente: em Santa Cruz, por exemplo, mesmo com as recomendações que ainda estão vigorando para ficarmos em casa, a cantoria nas calçadas da rua Felipe Cardoso anunciam máscaras de diversas estampas, tamanhos, materiais e valores. Não é difícil vermos aglomerações ao redor de alguns, com mãos que se cruzam sobre a bancada para escolher.
Tem aquelas personalizadas, com logotipos de marcas famosas, ou com a estampa com tema militar, camuflada. Já vi por aí rodarem com uma que tem o sorriso do Coringa.
A necessidade é o motor dessa criatividade. A informalidade no Rio, entre 2015 e 2019, cresceu quase 25% — o triplo da média nacional. É também o ingrediente da imaginação fértil que permite que se previna contra o coronavírus à sua maneira para enfrentar a situação de forma mais leve.
O que chama a atenção nessa situação é a capacidade desses informais em se adaptarem à necessidade do momento. Basta vermos o exemplo de dias de chuva, quando logo brotam nas esquinas muitos deles oferecendo guardas-chuvas de diversos tamanhos. De onde brotam, nunca saberemos.
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