Publicado 14/10/2024 18:48 | Atualizado 14/10/2024 19:11
São Fidelis – Apontado como responsável por um rombo de milhões no Fundo de Previdência dos Servidores, em março deste ano o então prefeito de São Fidelis, Amarildo Alcântara (SD) foi cassado pela Câmara Municipal, em março deste ano. O vice, José Willian (PL), assumiu com proposta de fazer a diferença em prol da população. As urnas de seis de outubro refletem o cumprimento de palavra.
PublicidadeJosé Willian (ex- vereador) estava no segundo mandato de vice-prefeito. Pouco mais de seis meses na cadeira principal da administração, conquistou 10.631 votos, dos 16.281 eleitores que foram às urnas; 44,89%, contra 35,44% do segundo colocado Higor Porto (União Brasil).
Tudo o que ele prometeu realizar até então, apesar do curto período, ele diz ter cumprido; e atribui esse fato e aliança feita com povo ao resultado favorável. “Minha candidatura foi independente; a aliança foi com o povo”, enfatiza sem, no entanto negar que os apoios do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e da bancada do PL na Assembleia Legislativa (Alerj) contribuiram.
Dos nove vereadores que participarão da próxima legislatura, José Willian terá seis na bancada; porém acredita em um relacionamento harmônico com os três da oposição: ”Temos boa relação com rodos”. Quanto aos candidatos adversários, o prefeito abre o coração: “Aqueles que desejarem se associar ao nosso município, estará aberto ao diálogo”.
ENTREVISTA
O DIA - Quem é José Willian? Idade, família, grau de instrução, religião. O que gosta de fazer, quando não está no exercício do cargo?
JOSÉ WILLIAN - Sessenta anos e idade. Nascido em 23 de abril de 1964, filho de Dona Eulanda e Juquinha Custodio; formado Técnico em Arquitetura e católico. Gosto de cozinhar para a família e ir para a roça.
As pesquisas já apontavam a sua vitória; mas o senhor esperava que o resultado fosse tão expressivo?
“Eu já sentia durante a campanha a aprovação dos fidelenses ao meu trabalho e da minha equipe. Esperava sim uma votação expressiva; porque, percebia que as pessoas tinham esperança quando viam o trabalho realizado em apenas seis meses. Estou muito grato por isso e vou retribuir à altura essa confiança”.
A pandemia dificultou administrações públicas, principalmente as municipais. Embora o senhor tivesse assumido somente em março, quais propostas deste mandato estão ficando para a próxima gestão?
“Como assumi em março, tudo o que me propus a realizar até aqui, consegui concluir, ou pelo menos iniciar. Implantamos semáforos em pontos críticos, o que não existia no município; encontramos as estradas vicinais em péssimas condições e hoje já contamos com 95% delas recuperadas, por meio de nossa equipe, com a patrulha mecanizada; demos início à reforma da Estação Ferroviária, que vai fomentar a economia através da cultura e do turismo. Também, cobrimos quatro quadras de escolas municipais; adquirimos um banheiro móvel moderno para atender à nossa feira da roça; garantimos o aumento dos servidores públicos ativos e inativos, bem como aumentamos o vale-alimentação e reajustamos o salário dos conselheiros tutelares”.
A sua campanha foi fortalecida por alianças? Os aliados serão ouvidos e terão participação na formação do seu futuro secretariado?
“A nossa aliança é com o povo; minha candidatura foi independente; embora os apoios importantes do ex-presidente Jair Bolsonaro e da bancada do PL na Assembleia Legislativa, o que nos dá total liberdade para montar a equipe de trabalho. Mas farei um governo de união e conto com o apoio de qualquer pessoa que deseja ajudar no desenvolvimento da nossa cidade”.
Qual a formação da bancada do governo para a próxima Câmara e como o prefeito pretende se relacionar com a oposição?
“A nossa coligação fez a maioria; foram seis vereadores eleitos – dois do Republicanos, dois do PL e dois do MDB. Mas, temos boa relação com os outros três eleitos e a certeza de que nos ajudarão muito a construir um futuro melhor para nossa gente. Já fui vereador de oposição e sei da importância dessa divergência para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Estamos convictos de que debateremos o nosso futuro de forma republicana”.
O senhor já expressou que a disputa foi até seis de outubro. Isso pode significar o aproveitamento de propostas de adversários que o prefeito considerar de interesse público?
“Como eu sempre digo, estamos abertos a dialogar com os segmentos da política que desejam trazer projetos e recursos para a nossa cidade. Sem revanchismo e com muita humildade, aqueles que desejarem se associar ao nosso município estaremos abertos ao diálogo”.
Quais são as prioridades definidas para seus primeiros dias de governo?
“Durante a campanha recebemos diversas demandas importantes da nossa população; agregarão muito às prioridades. Podemos citar a necessidade de avançarmos na pauta da inclusão, auxiliando as famílias atípicas; e o foco na geração de empregos. Mas existe uma pauta que já começamos a trabalhar; trata-se da construção da nossa ciclovia - falta apenas ordem de serviço por parte do governo do estado. Na última quinta-feira (11) estive reunido com o governador Cláudio Castro, ao lado do deputado estadual Jair Bittencourt. O governador se comprometeu dar início à obra que vai salvar vidas e melhorar o trânsito em um trecho extremamente caótico”.
O senhor encerra esta gestão como vice que assumiu a titularidade em razão da cassação do prefeito. Menos de um ano administrando o município. Quais as dificuldades?
“A maior dificuldade foi resgatar a confiança da população, tanto pelo cenário político nacional quanto o municipal. Acredito que esse foi o grande desafio; mas, a população mostrou nas urnas que acredita no nosso trabalho e vamos seguir acelerando para fortalecer essa relação de confiança com a nossa população. Vamos mostrar que tudo é possível através da força do trabalho”.
Qual o aprendizado para que não haja risco de o senhor também decepcionar a população?
“A população espera que o poder público dê as respostas necessárias para resolver os problemas da cidade. As pessoas não votaram apenas no José William, mas sim, no trabalho; com isso, aprendemos que a população deseja trabalho, trabalho e trabalho. Esse empenho não vai faltar e vou cobrar da minha equipe essa dedicação”.
É real a dificuldade que municípios do mapa da Bacia de Campos teriam, sem recursos provenientes da produção de petróleo e gás natural. Qual a alternativa para São Fidélis reduzir essa dependência?
“Entendo que chegou o momento de o município buscar alternativas além do petróleo. Por isso, temos projetos para iniciar a criação de um polo universitário e empresarial. Já temos conversas com empresas interessadas em construir uma universidade de odontologia em nosso município, que futuramente receberá uma ampliação para o curso de medicina. Além disso, vamos buscar a criação de um polo industrial e dar os incentivos necessários”.
Qual a avaliação sobre saúde, educação, qualidade de vida e infraestrutura do município?
“A escolha do meu vice vai ao encontro da resposta. O doutor Fábio Abreu é um médico respeitado e humano, que irá nos auxiliar na melhoria da saúde pública em São Fidélis. Entendemos que precisamos melhorar; porém, já possuímos um programa de imunização sólido na cidade - atendimento com diversos especialistas, inclusive de saúde bucal. A Clínica da família faz um trabalho de excelência com as gestantes e os idosos. Temos ainda as unidades de saúde que atendem mais próximos às residências e, por fim, convocamos agentes comunitários de saúde que passaram no último concurso, ocorrido no início deste ano. Estamos confiantes de que iremos prestar um bom atendimento à população. A Educação está no caminho certo. Somos uma das únicas cidades no estado do Rio que possui a LIBRAS como componente curricular. Estamos reformando creches, capacitando professores e temos outros projetos para garantir melhorias aos nossos alunos e educadores. A infraestrutura do município também pode melhorar bastante e estamos empenhados para que a população sinta a diferença em pouco tempo”.
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