Publicado 07/06/2021 17:14
SÃO GONÇALO - Sofrer violência física ou sexual é sempre traumatizante e ter que falar sobre isso para desconhecidos pode ser muito desconfortável para a maioria das mulheres, sejam elas menores de idade ou mesmo adultas. Para tornar este momento menos invasivo, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), as secretarias municipais de Saúde e Defesa Civil e Assistência Social de São Gonçalo e o Posto de Polícia Técnica de São Gonçalo (PRPTC/SG), mantêm em parceria a Sala Lilás no Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, que oferece atendimento humanizado para as vítimas oriundas dos municípios de São Gonçalo, Itaboraí e Tanguá.
A Sala Lilás possui um ambiente mais acolhedor que presta atendimento às vítimas de violências doméstica e familiar com incidência nas violências física e sexual que chegam ao local para a realização do exame de corpo de delito após registrar ocorrências nas delegacias. O objetivo é fornecer atendimento especializado e suporte à vítima diante da violência a que foi exposta.
“As pessoas que registram ocorrências de violência física ou sexual em delegacias são, automaticamente, encaminhadas ao IML para a realização de exame de corpo de delito. O que fazemos na Sala Lilás é tornar esse atendimento menos traumatizante, mais humanizado. Na Sala Lilás, essa vítima recebe acolhimento, escuta sensível, orientação e encaminhamento conforme a demanda apresentada”, explica a psicóloga Jussara Pacheco Lage, que atende no local.
O projeto foi inaugurado no dia 14 de setembro de 2020 e atende a uma média de 70 vítimas por mês. Ao todo, o local já atendeu 630 vítimas. Os atendimentos de maior incidência são de violência física contra mulheres maiores de 18 anos e abuso sexual em crianças e adolescentes. Dependendo de cada caso, elas são encaminhadas para acompanhamento na rede de serviços que compõe o Sistema de Garantia de Direitos dos municípios, destacando-se o Centro Especializado de Orientação à Mulher vítima de violência (Ceom) de São Gonçalo. Funciona de segunda a domingo, das 8h às 17h.
“A Sala Lilás contribui com o fornecimento de informações de dados qualificados para o enfrentamento e prevenção à violência contra a mulher e proteção dessa vítima, além de amenizar a violência institucional. Consideramos que as violências – física e sexual – também refletem em violência psicológica e podem envolver as violências moral e patrimonial. Por isso, damos esse suporte tão importante”, resumiu a assistente social Sílvia Carvalho, que também integra a equipe técnica, que é composta ainda pelas enfermeiras Tatiane Gomes e Sandra Ferreira.
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