Segundo a Vigilância Sanitária, a responsável tem 72 horas para encaminhar os 21 idosos aos seus familiares ou levar para instituições legalizadas.Divulgação Ascom PMSG - Foto: Julio Diniz
Publicado 05/10/2022 09:23
A Vigilância Sanitária de São Gonçalo, ligada à Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, interditou uma instituição de longa permanência para idosos (Ilpi) no bairro Raul Veiga, após receber denúncia anônima sobre as instalações do local. A instituição é clandestina – não tem alvará de funcionamento, licença sanitária e equipe técnica. A responsável tem 72 horas para encaminhar os 21 idosos aos seus familiares ou levar para instituições legalizadas.
A responsável pelo local é reincidente na manutenção de Ilpi clandestina. Há cerca de três meses, ela teve outros dois locais – no bairro de Nova Cidade – interditados pela Vigilância Sanitária. Na nova casa, ela continuou oferecendo o serviço sem qualquer documentação. A fiscal Maria Cláudia Castelo ainda enumerou várias irregularidades no espaço.
“Ela não apresentou nenhum contrato de profissional de saúde de nível superior, os prontuários dos internados são de 2021, todos os idosos estão desprovidos de cuidados, vários estão emagrecidos e com escoriações. Um deles está com abdômen distendido e sem qualquer tratamento. Tem mais de seis leitos em cada enfermaria e o processo de trabalho está totalmente equivocado – tem um cuidador para 21 idosos”, esclareceu Maria Cláudia.
Além da falta de cuidados com os idosos, a casa – aparentemente bem cuidada pelo lado de fora – não estava com a limpeza necessária. A piscina está abandonada e com água suja, muito lixo espalhado pela casa, equipamentos sem manutenção e muita bagunça com objetos amontoados pelos cômodos.
“O local é completamente insalubre, inclusive o posto de enfermagem que ela montou. Os recipientes usados para guardar as medicações não tinham a embalagem original. Os comprimidos estavam fora da embalagem e os idosos sem prescrição médica. Por isso, a interdição foi total por ela também transgredir as normas de proteção à saúde”, finalizou Maria Cláudia.
Duas assistentes sociais acompanharam a ação, que ainda flagrou falta de contrato dos idosos com a prestadora de serviço, falta de documentação dos idosos, falta de espaço para alimentação adequada (idosos estavam comendo com o prato de comida no colo), idoso com quadro de transtorno de saúde mental e um menor de 60 anos.
“A Vigilância Sanitária realiza, toda terça-feira, fiscalizações em instituições de longa permanência para idosos. Nos últimos três meses, cinco Ilpis foram interditadas. Todas estavam sem as documentações necessárias e com várias irregularidades. Normalmente, as denúncias são recebidas através da Ouvidoria da Prefeitura e Ministério Público. A maior parte está relacionada às condições de uso do espaço, maltrato aos idosos, falta de medicação e alimentação”, disse o diretor da Vigilância Sanitária, Marcelo Sá Lima.
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