Publicado 18/10/2022 10:22
É só ver o quarto cheio de cinturões e medalhas numa comunidade agressiva de São Gonçalo que se é capaz de entender que o morador da casa é um exemplo de superação. Mateus Pakito, de 22 anos, morador do bairro do Colubandê, venceu a Super Fight no principal circuito de luta da América Latina e é nitidamente uma promessa do esporte.
A competição, que foi transmitida pelo Canal Combate, aconteceu na terça-feira (12/10), em São Paulo. Pela primeira vez, um atleta de São Gonçalo conseguiu o feito histórico de lutar nos ringues do WGP Kickboxing.
Foram três rounds e uma luta impecável. A vitória contra o adversário Jhonatan Leuch, do Paraná, veio por decisão unânime.
O evento reuniu os melhores lutadores sulamericanos de kickboxing, inclusive, o boliviano Renzo Martinez, dono do cinturão peso leve, de até 60kg.
A estreia do gonçalense Mateus Pakito no WGP, entre alguns melhores lutadores do mundo, foi motivo de orgulho para muitos amigos e familiares, que na noite da luta se reuniram em bares e restaurantes da cidade para ver o show do atleta.
Quando Pakito subiu ao ringue a torcida vibrou e a partir desse momento, não parou mais de fixar os olhares no Canal Combate. Foram nove minutos de muita adrenalina e emoção. Até que veio o resultado final e Mateus Pakito foi campeão para a alegria e comemoração de todos.
Só que se engana quem pensa que chegar até o WGP Kickboxing foi fácil para o atleta. Por trás do foco e da garra, Mateus Pakito, tem uma grande história de vida, de muita luta e superação, literalmente.
De família humilde, ele mora com a esposa numa casa simples nos fundos do quintal da mãe. Costuma trabalhar como pedreiro nas horas vagas e sonha em conseguir viver da luta para ajudar os dois filhos.
O atleta também gostaria de proporcionar à família uma vida melhor, principalmente, para a mãe. Além disso, quer ter a chance de ajudar os irmãos a saírem da vida do crime.
Mateus Pakito sonha em ser campeão nos melhores eventos de Kickboxing e ser conhecido mundialmente no mundo da luta.
O jovem conta ainda que quer abrir um Projeto Social, para transformar a vida de outras pessoas e cidadãos. Mas pra tudo isso, o atleta busca patrocinadores. Pessoas ou empresas que o apoiem a conquistar esses objetivos.
"Minha rotina é muito puxada, treino num lugar emprestado por amigos, às vezes, treino em dois locais diferentes, mesmo depois de um dia cansativo de trabalho na obra. Às vezes falta muita coisa. Falta dinheiro pra tudo. Até pra me alimentar de forma adequada. Já fiz até rifa pra pagar inscrição de Campeonatos e conseguir realizar meus sonhos. Tem horas que penso em desistir", afirma o lutador.
Entre as lutas amadoras e profissionais, Mateus Pakito, praticamente só coleciona vitórias. Ele começou a treinar com 16 anos de idade e já venceu mais de 60 vezes.
A única derrota foi na quarta luta da carreira, aos 17 anos, assim que começou a competir em 2016.
Antes de ser campeão no WGP, Pakito também venceu as lutas que disputou em dois outros grandes eventos.
Em junho, foi Campeão da 31° Edição do Campeonato Brasileiro de Kickboxing, em Vitória, no Espírito Santo, na categoria de até 71kg. E em setembro, também venceu a Copa Brasil de Kickboxing, em Maringá, no Sul.
Agora, Mateus Pakito tá fazendo uma rifa e se preparando pro Panamericano de Kickboxing, que vai ser realizado em novembro, em Cascavel, no Paraná.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.