O reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega (C) destacou as prioridades do programa.Divulgação Ascom UFF
Publicado 19/04/2023 08:59
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A Universidade Federal Fluminense (UFF), por meio da Superintendência de Relações Internacionais (SRI) e do Laboratório de Monitoramento e Modelagem de Sistemas Climáticos (Lammoc), inaugurou, nessa semana, em parceria com a Middlebury College, nos Estados Unidos, uma experiência de mobilidade acadêmica envolvendo principalmente alunos que ingressaram na instituição por meio de ações afirmativas.

"A parceria com a Middebury College existe desde 2007, oferecendo aos universitários dos EUA a oportunidade de passar um semestre ou ano acadêmico estudando no Brasil. Mas recentemente, foi desenvolvido um projeto imersivo num formato novo, de curto prazo, com uma programação focada em transformação de conflitos. A ideia é que os grupos participem de atividades sobre mudanças climáticas, desigualdades, sustentabilidade, conservação ambiental, além de proporcionar aos discentes experiências advindas de um intercâmbio cultural", afirmou a UFF no texto.

O reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega destacou a prioridade do programa, em quatro das cinco vagas disponíveis, para as ações afirmativas e a diversidade, proporcionando uma oportunidade de internacionalização acadêmica mais inclusiva. Segundo ele, a parceria entre a UFF e a Middlebury College é de extrema importância para a instituição.
"Possibilita uma maior integração e troca de conhecimentos com uma renomada escola internacional. Como uma das três únicas universidades no Brasil em que a Middlebury lançou um programa piloto de intercâmbio financiado por eles, estamos muito satisfeitos em receber cinco estudantes da Middlebury e enviar outros cinco da UFF. Essa colaboração permitirá aos alunos uma experiência acadêmica e cultural enriquecedora, contribuindo para a formação de profissionais mais preparados e conscientes do mundo globalizado em que vivemos”, disse Nóbrega.

A coordenadora de Projetos e Mobilidade da SRI, Adriana Maciel, também sublinha o caráter inclusivo da iniciativa, que estreia num formato inédito na universidade. "A UFF busca desenvolver projetos que possam proporcionar aos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica uma experiência internacional. A internacionalização do ensino superior é elemento fundamental para a formação acadêmica plena de discentes, diante da alta conectividade e integração em escala internacional na esfera acadêmica, que proporcionam grande dinamismo de informação”, explicou Maciel.

O estudante de Engenharia Química da UFF, Aynã Felix, de 22 anos, participa do projeto de extensão Barco Escola, falou sobre ser um dos selecionados do projeto de mobilidade. "Esta é uma grande oportunidade, pois a partir dela novos horizontes estarão sendo criados, novas visões e compreensões do mundo ao meu redor, assim como o contato com o inglês, que poderá me ajudar a sedimentar o aprendizado que já tenho. Agradeço imensamente a todos que trabalharam arduamente para que este sonho pudesse estar se tornando realidade”, comemorou Felix.

O aluno do 7° período de Engenharia de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente, Guilherme Santos, também integrante do Lammoc e selecionado para o projeto de mobilidade, engrossa o coro: “Estou muito animado com a oportunidade de conhecer uma renomada universidade americana, que preza pela diversidade e inclusão. Poder participar de um projeto como esse é uma oportunidade única e que irá marcar a minha vida toda, assim como também a dos alunos estadunidenses que estão no Brasil esta semana, que, por sinal, foram muito simpáticos, curiosos e atenciosos conosco e com os nossos projetos da UFF. Espero voltar de Middlebury com uma outra visão de mundo e com conhecimentos incríveis que os estadunidenses têm para nos mostrar”, disse Santos.

A primeira etapa do projeto teve início no dia 19 de março e se estende até o dia 25 do mês, com a recepção dos alunos de Middlebury no campus da UFF, que irão acompanhar as atividades do projeto Barco-Escola, realizar trabalhos de campo em áreas de reserva ambiental para fazer medições e avaliações climáticas, conhecer projetos desenvolvidos na Universidade, assim como fazer um tour pela cidade do Rio de Janeiro. Já na segunda etapa, os discentes selecionados na UFF viajarão para Vermont, nos EUA, e entre os dias 2 e 8 de abril, participam de uma série de atividades; entre elas, seminários com membros os Centros Regionais de Especialização das Américas da ONU, ações de ativismo estudantil com foco em desenvolvimento sustentável, entre outras coisas.

O coordenador do Lammoc, Márcio Cataldi, destacou que a tônica do projeto no campo da transformação dos conflitos não é casual, já que é parte essencial do exercício da cidadania no século XXI.
“Quando falamos nesse tema, tendemos a pensar imediatamente em guerra, mas os conflitos são de diversas ordens, sociais, ambientais, associados às desigualdades econômicas, raciais, de gênero. Atualmente possuímos ações no âmbito da sustentabilidade que tendem a amenizar esses conflitos. Quando se passa a entender um pouco melhor sobre o planeta, inserindo-se como parte dele, as pessoas começam a enxergar as coisas de uma forma mais integrada, o que lhes dá uma melhor capacidade para entender os conflitos e ajudar a solucioná-los”, finalizou Cataldi.
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