Segundo Marlos Costa, o esvaziamento de São Gonçalo é produto da falência do poder público.Reprodução
Publicado 29/06/2023 11:13 | Atualizado 29/06/2023 11:15
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A divulgação do Censo do IBGE 2022, na última quarta-feira (28), que mostrou que a cidade de São Gonçalo foi a que mais perdeu habitantes no país entre os municípios com mais de 100 mil habitantes teve grande repercussão no meio político. Os dados mostram que a população caiu de 999.728 para 896.744, o que representa uma queda de 10,3%. Segundo os estudos, este é o maior índice de variação população negativa do Brasil.
Ainda é a segunda maior população do estado, perdendo apenas para a cidade do Rio de Janeiro. É a 18ª maior do país, tendo sido a 16ª há 13 anos. A violência, a pandemia e o êxodo para outras cidades são os principais motivos da redução populacional. Para Marlos Costa a posição revelada pelo censo é lamentável.
"Não podemos nos orgulhar. Nossa cidade, em todo o Brasil, foi a que mais perdeu população nos últimos anos: mais de 100 mil gonçalenses simplesmente deixaram o município. A violência é apontada por muitos com uma das principais razões, afinal, São Gonçalo se notabilizou nos últimos anos por ser a 'cidade das barricadas'. A falta de emprego e oportunidades também são motivos que explicam a diminuição da população, assim como a carência de políticas públicas nas áreas de educação, saúde, cultura, esporte e lazer. Há muito digo, que a maior riqueza de São Gonçalo é o nosso povo. O esvaziamento da nossa cidade, é produto da falência do poder público local em satisfazer as necessidades básicas do nosso povo. Continuaremos na luta, morando e vivendo o dia a dia da cidade e defendendo que uma outra São Gonçalo é possível", postou ele em suas redes sociais.
 
O deputado federal Dimas Gadelha, do PT, também usou as redes sociais para falar do Censo divulgado pelo IBGE. De acordo com o petista, São Gonçalo vive um momento difícil onde as políticas públicas não estão sendo priorizadas pela administração municipal.

"A população segue abandonando a cidade por não encontrar condições de viver em segurança, por não ter qualidade de vida. A atual administração faz muita obra de maquiagem com o dinheiro que recebeu da Cedae, foram quase um bilhão de reais e a população não vê ações concretas que mudem sua vida", afirmou o deputado.
Ele também pontuou que a cidade de Maricá tem tido um crescimento surpreendente e que São Gonçalo precisava copiar as boas ações de lá.

"Pela boa gestão que Maricá implantou através de políticas públicas como transporte gratuito, moeda social, incentivos para educação e também na segurança pública. Não é feio copiar o que é bom, São Gonçalo deveria buscar parcerias com a cidade vizinha. A população das duas cidades se falam todo o tempo e deveríamos investir nessa integração", concluiu Gadelha.
Maricá registrou o maior crescimento populacional no Leste Fluminense, com 54,87% de aumento, conforme dados do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2024, divulgados nesta quarta-feira, 28, em comparação ao levantamento de 2010. Saquarema também aumentou: 20,55%. Já São Gonçalo teve uma queda de 10,3%.

A população da cidade de Maricá chegou a 197.300 habitantes, contra 127.461 em 2010. No ranking do estado, está em 15ª posição, contra a 22ª em 2010. No Brasil, está em 154º lugar, contra 203º há 13 anos.
Os dados do Censo também revelam que a população do Brasil é de 203.062.512, um aumento de 6,45% em relação ao Censo de 2010. No estado do Rio de Janeiro, a população é de 16.054.524, o que representa um aumento de 0,4% quando comparado ao Censo anterior.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de São Gonçalo informou em nota que “recebeu com reservas a informação de que o município sofreu uma redução de mais de 200 mil habitantes”. O texto diz ainda que os dados “não refletem a realidade, já que o município possui 495.325 inscrições imobiliárias” e que “tendo uma média de 2,9 habitantes por residência, segundo o próprio IBGE, só de população dentro das inscrições imobiliárias poderíamos estimar um quantitativo de 1.436.442 habitantes”.

A prefeitura argumenta que o resultado se deve a um “número insuficiente de recenseadores” e que “a quantidade de domicílios fechados e de pessoas que não quiseram responder à pesquisa ou que não estavam em casa durante a visita dos recenseadores também pode ser considerado um fator da drástica redução populacional no município.
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