O polígono no mar para abrigar projeto-piloto não fica muito distante da costa Foto Divulgação
Publicado 11/04/2024 22:12 | Atualizado 11/04/2024 22:12
São João da Barra/Região - Mais de 60 empresas e instituições de diferentes segmentos, como óleo e gás, logística portuária e energia, demonstram interesse em participar dos leilões e implantação das eólicas offshore no interior do Estado do Rio de Janeiro, em área reservada pelo Porto do Açu, em São João da Barra.
Segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), os interesses são motivados pelo Projeto-Piloto Eólica Offshore, liderado pela Secretaria de Energia e Economia do Mar do governo do estado do Rio, cujo objetivo é criar um ambiente facilitador para desenvolvimento de projetos e contribuir para viabilizar a implantação de eólicas offshore na região norte do estado.
As articulações são acompanhadas pela Firjan. O presidente da federação no norte fluminense, Francisco Roberto de Siqueira, afirma que o acompanhamento se dá com foco no desenvolvimento do novo mercado no estado do Rio, “que concentra suas oportunidades na região, auxiliando conectar interessados em investir no avanço de energia limpa e na descarbonização das empresas de petróleo e gás”.
Siqueira analisa que “a concretização dos investimentos impulsionará crescimento econômico local, com a chegada de novas indústrias e abertura de postos de trabalho, o que demandará capacitações para as quais a federação está atenta, de modo que as riquezas geradas permaneçam na região”.
A expectativa da Firjan é que outras indústrias sejam atraídas, tanto na produção de equipamentos quanto no desenvolvimento de outros mercados, como o de hidrogênio: “A previsão de investimentos em eólica se soma a uma gama de projetos de energia renovável, também localizados na região norte”, realça Siqueira.
Gerente de Petróleo, Gás e Naval da federação, Karine Fragoso, relata que a Firjan está envolvida em subgrupos de regulação, licenciamento, financiamento e capacitação do projeto-piloto, visando alcançar o melhor resultado para o desenvolvimento da indústria fluminense. “Damos apoio a aspectos fundamentais para o aumento dos negócios, estabelecendo relações estreitas com todos os envolvidos”, resume.
NA DIANTEIRA - Outro fator destacado por Karine é que o estado já tem mão de obra altamente qualificada na cadeia produtiva de energia e naval: “A necessidade de empresas, incluindo as de serviços, logística e para atender ao aumento de circulação local, pode gerar milhares de postos de trabalho ao longo da implementação e operação dos projetos, de acordo com cálculos da federação, a partir de dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica)”.
Na avaliação do secretário estadual de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal, os 40 anos de exploração offshore de petróleo e gás na costa fluminense colocaram o Rio de Janeiro na dianteira para atrair investimentos nesse campo. “Além do menor custo em transmissão de energia, o estado já conta com muitas empresas de energia”, observa.
Entre as empresas, Leal cita a Petrobras e centros de pesquisa de excelência. “Nosso estado tem potencial para se transformar em um hub de geração eólica offshore, atraindo fabricantes para se instalarem no Rio de Janeiro e atendendo demandas internas do segmento nas regiões Nordeste e Sul e do mercado internacional”, conclui.
Quanto à área indicada, o, diretor-executivo de Desenvolvimento de Negócios da Prumo Logística, responsável pela operação do Porto do Açu, Mauro Andrade, resume: “Como estrutura portuária, apontamos um polígono no mar que não fosse muito distante da costa, que pudesse abrigar o projeto-piloto, sem atrapalhar os canais de navegação”.
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