Uma das performances que o grupo realizou foi na praia de Atafona, com foco da ilha Foto Fernando Codeço/Divulgação
Publicado 14/05/2024 19:17 | Atualizado 14/05/2024 19:17
São João da Barra - Performances voltadas para produção de memória coletiva e fortalecimento da cultura de comunidades tradicionais ribeirinhas, pequenos agricultores e moradores de favela dão origem à peça “A Convivência é uma Ilha”. Será exibida de 31 de maio a dois de junho, o Teatro de Bolso Procópio Ferreira, em Campos dos Goytacazes (RJ).
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Além da exibição no palco, o espetáculo proporcionará interatividade com a platéia, por meio de rodas de conversa e performances por meio de debates socioambientais. A direção é de Fernando Codeço e produção da CasaDuna - Centro de Arte, Pesquisa e Memória de Atafona, onde está localizada a ilha que dá nome ao trabalho, em São João da Barra (RJ).
O produtor explica que o cenário do espetáculo, em forma de vídeo instalação, poderá ser visitado pelo público antes e depois da encenação. “Nele, constarão momentos dos ensaios e da preparação dos atores, cenas de oficinas em comunidades e trechos da construção do espetáculo em si”, resume Codeço.
A duração de cada apresentação é de aproximadamente uma hora e trinta minutos. O produtor aponta que, neste período, o Grupo Erosão, responsável por toda a criação do projeto, propõe reflexões importantes em áreas impactadas por catástrofes ambientais ou construções de empreendimentos com graves impactos socioambientais.
“A peça acontece na fronteira entre o teatro e o audiovisual, causando uma experiência única”, ressalta Codeço realçando: “Trazemos fragmentos de histórias de pessoas que tiveram seus territórios ameaçados, como Dona Belita, que se manteve morando na extinta ilha da Convivência em Atafona, no delta do rio Paraíba do Sul, até o final de sua vida centenária”.
DIVERSIDADE - A histórica Dona Belita se manteve na comunidade, mesmo depois de perder sete casas para o mar. Ainda sobre a produção, Codeço simplifica: “Em um processo permeado de encontros e vivências, a performance age como ferramenta de escuta, produção de saber oral, espaço de encontro e de aprendizado coletivo de formas de resistência aos processos de degradação ambiental”.
“A Convivência é uma Ilha” é formatada com base em um projeto envolvendo o governo federal, Ministério da Cultura, governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Paulo Gustavo. A prefeitura de São João da Barra também está envolvida.
Quanto ao Grupo Erosão, tem proposta de investigar as “teatralidades da erosão” em cidades do norte do Estado do Rio de Janeiro, relacionando temas socioambientais e cultura popular com pesquisas de linguagem em arte contemporânea. Para tanto, envolve teatro, artes visuais, vídeo para uma reconstrução de pensamentos sociais sobre os impactos do homem no seu ambiente.
O grupo é formado por artistas de 25 a 73 anos, de diversidade étnica, a maioria mulheres; além de dois estrangeiros, um argentino e um francês. Fernando Codeço acrescenta que, entre os protagonistas das performances estão pessoas negras e LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer ou Questionadores, Intersexuais, Assexuais, dentre outros).
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