Câmara Municipal de São João de MeritiReprodução
Publicado 06/06/2023 12:46
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A partir da próxima legislatura, a quantidade de parlamentares na Câmara Municipal de São João de Meriti será reduzida dos atuais 21 para 15. A polêmica proposta já movimentou os atuais vereadores, representantes e munícipes que acompanham presencialmente as decisões da casa.
A Mesa Diretora justificou que o país vive uma crise econômica e social. Por isso, se faz necessário à adequação da Câmara Municipal a esta realidade.
Para o ex-candidato a prefeito de São João de Meriti, Vinicius Baião, num primeiro momento muita gente pode achar a proposta interessante, mas ela destaca uma falsa narrativa de que com a redução vai sobrar dinheiro para a saúde e educação, por exemplo.
“Essa manobra é pra impedir a renovação política e não economiza 1 real dos gastos públicos. Sofrem os bairros que ficarão sub-representados. Se formos observar o montante do orçamento municipal, podemos perceber que o valor a ser economizado é insuficiente para gerar impactos que possam garantir a melhoria desses serviços. É mais blefe do que tudo”.
A meritiense Roseane Almeida aponta que tal decisão só afasta o povo da casa legislativa: “O que vai acontecer a partir de 2025 é menos representantes do povo na Câmara. Muitos bairros deixarão de ser representados, tudo por conta de dinheiro e ganância. A Câmara vai continuar recebendo o mesmo valor. No fim quem sofre e a população. Muito triste tudo isso”.
Segundo o vereador Rogério Fernandes a iniciativa é negativa ao interesse dos munícipes: “Sabemos que o vereador é da cidade, mas cada um de nós tem a sua base. O vereador além de legislar e fiscalizar os atos do Poder Executivo, também atua como interlocutor para as demandas da sociedade. O prefeito não consegue estar em toda a cidade o tempo todo. Vejo o que acontece com o Jardim Sumaré, por exemplo. O bairro não tem representatividade e por isso tem mais dificuldades para solucionar suas questões”, disse.

A vereadora e candidata a vice-prefeita em 2020, Juliana Drummond, reforça que o valor que vai para a câmara é a lei orçamentaria do município.
“Se não diminuir essa porcentagem, não terá impacto nenhum em diminuir o número de vereadores. Essa mudança vai ter impacto na representatividade e a democracia do município. Vai aumentar o coeficiente eleitoral e fazer com quem tem mais dinheiro e os mais poderosos sejam eleitos”.
Já o vereador Jefferson Martin destacou que apesar de bem intencionada, a proposta não significa necessariamente um impacto na redução dos gastos, já que o não irá alterar o duodécimo – valor de repasse obrigatório e mensal da prefeitura para a Câmara.
Mesmo diante de tais apontamentos, por decisão unânime, a casa aprovou a proposta durante os dois turnos.
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