Publicado 12/07/2023 12:28
O suboficial da reserva da Marinha, Alexander Neves da Invenção, de 48 anos, foi denunciado pelo homicídio qualificado da esposa, Wania Lucia Firmiano da Silva, de 47 anos, que teve morte cerebral declarada no último domingo (9), após duas semanas internada por ter sido baleada em São Pedro da Aldeia.
A denúncia foi apresentada pela 1ª Promotoria de Justiça de São Pedro da Aldeia, órgão do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Além do homicídio qualificado, Alexander também enfrenta acusações de porte ilegal de arma de fogo, já que uma das pistolas apreendidas na residência do militar não possuía registro.
Wania faleceu no Hospital Estadual Roberto Chabo (HERC), em Araruama, após 15 dias de internação. Ela deu entrada na unidade com lesões abdominais, torácicas e na coluna, decorrentes de dois tiros que recebeu no dia 24 de junho. O estado dela era considerado grave, e estava sendo tratada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital.
A vítima era professora de Ciências na Escola Municipal Sebastião Loubach, em Rio das Ostras, e estava cursando nutrição. O corpo foi sepultado na tarde de terça-feira (11) no Cemitério Paroquial de São Pedro da Aldeia.
Alexander foi preso em flagrante na residência onde ele e a esposa moravam, em um condomínio no bairro Fluminense. De acordo com testemunhas, o militar chegou embriagado em casa. Wania tentou acalmar o marido, mas ele não acatou as tentativas. A vítima pediu para que o filho trancasse o quarto, o que enfureceu o militar, que teria dito que “ninguém tranca a porta em casa”. Por esse motivo, ele disparou duas vezes contra ela.
Segundo a Polícia Militar, uma vizinha, que também é policial, ouviu os disparos e viu o suspeito segurando a arma. Após uma conversa com a policial, o homem se entregou. A PM acionou equipes do 25º BPM (Cabo Frio), que conduziram o militar até a 126ª DP (Cabo Frio). Durante a ação, foram apreendidas duas pistolas, uma arma de Airsoft e munições. Uma das armas não possuía registro, enquanto a outra estava registrada pela Marinha.
No dia 26 de junho, durante audiência de custódia, a juíza Mariana Tavares Shu converteu a prisão em flagrante de Alexander em prisão preventiva. A defesa do militar solicitou a liberdade provisória, porém a magistrada argumentou que a conduta do acusado foi grave e indicou a inadequação ao convívio social.
“A gravidade da conduta é extremamente acentuada, uma vez que o acusado tentou matar sua companheira, fato ocorrido na presença do filho dela, de apenas 10 anos de idade. A crueldade de sua ação indica sua completa inadequação ao convívio social e sua extrema periculosidade. Portanto, é evidente a necessidade de converter a prisão em flagrante em prisão preventiva como medida de garantia da ordem pública, especialmente porque crimes como esse comprometem a segurança da vítima e das testemunhas”, escreveu Shu em sua decisão.
A Marinha do Brasil, por meio do Comando do 1º Distrito Naval, lamentou o ocorrido e reiterou o repúdio a qualquer ato ilegal que atente contra a vida, a honra e os valores militares.
Questionado sobre o caso, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) informou que a denúncia foi encaminhada para a 2ª Vara de São Pedro da Aldeia, mas ainda não há decisão.
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