Prefeitura põe em prática projeto para a revitalização das casas de farinha de SaquaremaDivulgação/Prefeitura de Saquarema
Publicado 28/05/2024 20:11
Saquarema - Com o objetivo de resgatar a tradição e incentivar a produção na região, a Prefeitura de Saquarema, por intermédio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca, lançou um projeto que busca revitalizar as casas de farinha na cidade.
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Até o fim dos anos 1950, a população de Saquarema, então constituída por cerca de 20.000 pessoas, dedicava-se à pesca artesanal, ao cultivo de frutas cítricas e da cana de açúcar e à produção de farinha de mandioca para subsistência. Entre os anos 1960 e 1970, as casas de farinha eram espaços onde se produziam muitos alimentos derivados da mandioca. Nos últimos anos, a produção de farinha de mandioca no município enfrentou uma queda significativa. Das 50 casas de farinha que chegaram a existir em Saquarema, atualmente o município conta com apenas quatro unidades, sendo duas no Rio Mole e duas em Palmital.

O projeto e a memória

De acordo com o projeto, parte da produção de aipim do Centro Demonstrativo Municipal passa a ser doada para as casas de farinha remanescentes, proporcionando a matéria-prima necessária para o processamento. A iniciativa visa perpetuar e preservar as atividades nestes locais, colocando em evidência as tradições culturais, ao resgatar a memória de um modo de fazer tradicional, para manter viva parte da história do município.

“Este projeto busca não apenas movimentar a economia local, mas também preservar as práticas culturais e fortalecer os vínculos comunitários, assegurando que as casas de farinha continuem sendo um patrimônio vivo do município”, comentou o secretário municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca, Wellington Magalhães.

As casas e a produção

Responsáveis pelo beneficiamento coletivo, as casas de farinha contam com mão de obra familiar e, em alguns casos, as atividades eram realizadas de forma consorciada, na qual o proprietário recebia a matéria prima para o beneficiamento e oferecia uma porcentagem do material produzido como pagamento pela carga recebida.

Durante a produção de farinha, fazem parte do processo, nas instalações da casa, a área de raspagem, a área de lavagem e o ralador de aipim. A metodologia engloba a retirada da casca, a lavagem e a trituração. Em seguida, a massa do aipim é colocada na prensa para a retirada de água, enviada para a peneira para descompactação, com a produção sendo finalizada nos tambores, onde a farinha é torrada.

Além da farinha, o processo de produção gera subprodutos valiosos, como a goma, o biju, a sola e a quirera (sobra da goma), que é usada na alimentação animal.
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