A pesquisadora e técnica agrícola, Teresa Yoshiko, pioneira na produção de lúpulo no BrasilDivulgação
Publicado 20/06/2023 09:28 | Atualizado 20/06/2023 10:50
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O Viveiro Ninkasi, de Teresópolis, Capital Nacional do Lúpulo, deu mais um passo para colocar o município e o país em destaque no cenário da agricultura cervejeira, se tornando o primeiro certificador de mudas de lúpulo no Brasil. A empresa conseguiu obter junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) o Certificado de Credenciamento no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) – “Certificador de Produção Própria”. Isso significa que o viveiro tem autorização para avaliar e atestar quais mudas atendem aos padrões de qualidade estabelecidos pela legislação de sementes e mudas. Uma vez certificadas, o produtor poderá comercializá-las com o certificado acompanhando a nota fiscal de venda.
“O produtor não deve aceitar menos. Ao comprar as mudas de lúpulo, é importante que ele faça isso de viveiros com mudas certificadas. Não vale correr o risco de ser enganado. As mudas de lúpulo são perenes e tem a durabilidade média de 15 anos. O produtor só vai descobrir que comprou gato por lebre quando estiver colhendo”, explicou Teresa Yoshiko.
Mais uma marca do pioneirismo do viveiro
A história de pioneirimos da empresa, fruto de um trabalho intenso da pesquisadora e técnica agrícola Teresa Yoshiko, é de longa data. Em 2017, ela começou os estudos e testes do cultivo em Teresópolis, provando que é possível produzir a planta em clima tropical. Pouco depois, em 2018, uma grande conquista: o registro das cinco primeiras cultivares, o que permitiu ao viveiro a reprodução e comercialização das mudas. Já em 2020, atingiu os requisitos para importação de mudas de lúpulo "in vitro" dos Estados Unidos da América (EUA), para comercialização com certificado de origem.
Hoje o Viveiro Ninkasi possui o registro, a certificação e a licença para reprodução e venda de mais de 30 cultivares, oferece 26 variedades de lúpulo para os produtores brasileiros, com mudas criadas com esta tecnologia “in vitro para garantir a saúde e a qualidade das plantas.
O cultivo do lúpulo 

O lúpulo é uma planta trepadeira da espécie Humulus lupulus, da família Cannabaceae, que é usada na fabricação de cerveja para dar aroma, sabor e amargor à bebida, além de atuar como conservante natural. A planta também tem propriedades terapêuticas, sendo usado no tratamento de problemas hepáticos e digestivos. Por isso, é insumo de grande valor não apenas para a indústria cervejeira, mas também para a farmacêutica e a de refinamento do álcool. Conhecido como “ouro verde”, o lúpulo é a matriz agrícola de maior valor agregado do mundo, chegando a ultrapassar os R$ 300 reais por quilo do produto fresco.

O cultivo de lúpulo no Brasil enfrentava muitos desafios, como a falta de adaptação da planta ao clima tropical, a dificuldade de importação de mudas estrangeiras e a ausência de regulamentação específica para a atividade. Por isso, o trabalho dos viveiros Ninkasi é tão importante e inovador para o setor.
A Ninkasi é um exemplo de como o Brasil está se destacando no cenário mundial da cerveja artesanal, com um trabalho sério e responsável que valoriza a agricultura cervejeira nacional.
Junto a Teresópolis, Capital Nacional do Lúpulo (Projeto de Lei n. 610/19 da Câmara Federal), outros municípios da região serrana do Rio de Janeiro vem se destacando na produção das cervejas artesanais no país e também de lúpulo: Petrópolis é a “Capital Estadual da Cerveja” (lei estadual 7.650/17) e Nova Friburgo tem o “Polo Cervejeiro Artesanal de Nova Friburgo” (lei estadual 7954/18).
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