Igor Ribeiro (C) passou no vestibular para Educação Física: carreira escolhida após conquistar medalhas nas pistas de corrida pelo time 
de Nova Iguaçu
 - Cléber Mendes
Igor Ribeiro (C) passou no vestibular para Educação Física: carreira escolhida após conquistar medalhas nas pistas de corrida pelo time de Nova Iguaçu Cléber Mendes
Por Bernardo Costa

Igor Ribeiro, de 19 anos, acaba de passar no vestibular da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Vai cursar Educação Física. A opção pela carreira profissional ligada ao esporte, explica o jovem, foi definida durante o contato com os treinadores em suas participações nos Jogos da Baixada, evento promovido anualmente pelo DIA desde 1998. No último domingo, as delegações dos 13 municípios da Baixada Fluminense se reuniram para a cerimônia de encerramento da 22ª edição. E histórias como a de Igor não faltavam entre os participantes.

"Antes dos Jogos eu era fã de futebol e acompanhava atletismo pela TV. Descobri uma vocação. A faculdade é um sonho. Quero me tornar profissional na área, enriquecer meu currículo, e seguir competindo como atleta", conta Igor, que, nas pistas de corrida, colecionou medalhas por Nova Iguaçu nas edições de 2016 e 2017.

Nesta 22ª edição, Igor não participou por ter ultrapassado o limite de idade, mas fez questão de ir às provas de atletismo torcer pelos colegas.

A trajetória que ele dá início é parecida com a que foi trilhada por muitos profissionais que hoje são técnicos ou coordenadores de delegação. Gisele Fernandes, de 32 anos, disputou por Magé no time de futsal feminino quando tinha 15 anos, em 2002. Hoje, formada em Educação Física e árbitra da Federação de Futsal do Estado do Rio (FFSERJ), ela coordena a equipe do município no evento.

"O Jogos da Baixada abriu as portas para o mundo do esporte. Ele me mostrou o quanto eu poderia ir além. Depois, joguei em outros estados, como São Paulo e Santa Catarina, e segui profissão no esporte como árbitra", diz Gisele, que, em 2018, foi a primeira mulher da FFSERJ a apitar em uma competição internacional.

Hoje, o trabalho de Gisele Fernandes inspira os jovens que coordena. "A gente acaba sendo exemplo. Eles dizem para mim: 'Quero ser atleta também, ou apitar os jogos como a tia", conta Gisele.

Como ela, Bruno Freire, o Space, treinador de basquete de Queimados, também começou como atleta nos Jogos da Baixada. Aos 19 anos, logo depois de encerrar a participação no evento como jogador, passou a dar treinos. Nesta última edição dos Jogos da Baixada, Space completou 10 anos à frente dos times de basquete do município.

"A participação como atleta fortaleceu minha paixão pelo basquete, e me incentivou ainda mais a seguir o meu objetivo, que era ser professor. Hoje, estudo o esporte, me formei em Educação Física, e faço o que eu gosto", diz Space, de 33 anos.

INGRESSO NOS CLUBES

Em Magé, além de Gisele, o ultramaratonista Sérgio Cordeiro, de 65 anos, também é espelho para a garotada. Técnico do atletismo, ele começou a correr aos 27 anos e está de malas prontas para o México, onde vai disputar o Mundial de Decaironman. A competição, da qual foi campeão em 2007, tem provas de corrida (42km), natação (3,8km) e ciclismo (180km):

"É um orgulho grande. Essas crianças precisam ser envolvidas. Quando participam, o comportamento muda, inclusive na escola", diz.

Técnico do vôlei de Queimados desde 1998, Marcos Antônio tem a mesma opinião: "Após o primeiro jogo, eles se transformam. E já começam a falar em seleção brasileira", diz Marcos, que, com o irmão, já levou dezenas de jovens para o Fluminense e Botafogo.

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