Estimativas de micro e pequenos empresários apontam para aumento do poder de compra do consumidor - Paulo Carneiro / Parceiro/Agência O Dia
Estimativas de micro e pequenos empresários apontam para aumento do poder de compra do consumidorPaulo Carneiro / Parceiro/Agência O Dia
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Principal termômetro das intenções de compra do consumidor, as micro e pequenas empresas do país demonstraram o maior índice de otimismo, neste ano, na 'Sondagem Conjuntural' do Sebrae. Realizada a cada três meses, a pesquisa mensura as intenções de investimento no próprio negócio e a expectativa de faturamento e de contratações para os próximos 12 meses. Ao todo, foram entrevistados 2.992 empreendedores, entre 11 e 18 de setembro. O estudo apontou que 62% projetam lucrar mais, 58% pretendem investir e 35%, contratar. Em relação à intenção de admissão de funcionários, o número é o maior desde o início da série histórica, em março de 2017.

Segundo Renato Regazzi, gerente do Sebrae, a expectativa das micro e pequenas empresas é o principal sensor para avaliar o poder de compra dos consumidores.

"Se os proprietários dessas empresas estão otimistas, é sinal de que estão vendendo mais. A relação dessas empresas com os clientes finais é direta, no próprio balcão de loja", explica Regazzi.

O empreendedor Valcir de Carvalho Domingues, de 37 anos, conta que os clientes estão voltando a consumir. Ele é proprietário de duas clínicas de odontologia, em Campo Grande e Madureira, e acaba de inaugurar uma barbearia em Ipanema. Em um mês de funcionamento da Barbarus, que fica na Praça General Osório, o resultado positivo já sinaliza uma oportunidade de expansão.

"Inauguramos a barbearia e, com os bons resultados, já estamos planejando abrir uma filial em janeiro. Em relação às clínicas, em outubro tivemos o melhor resultado em dois anos de funcionamento", diz Valcir.

Tanto nas classes C e D, que atende nas clínicas, quanto na classe A, de Ipanema, Valcir Domingues percebe a confiança retornando na praça. "Sinto que os clientes estão começando a soltar o freio na hora de consumir", aponta Valcir.

Segundo o gerente do Sebrae Renato Regazzi, a intenção de contratação de funcionários, apontada por 35% dos entrevistados, é o maior reflexo de aumento da confiança no mercado.

"Essa taxa é recorde desde o início da pesquisa. A confiança gera um círculo vicioso. As pessoas compram mais e aumentam a necessidade de produção das empresas, que precisam contratar funcionários para dar conta da demanda".

Segundo o Sebrae, as micro e pequenas empresas foram responsáveis pela criação de 90% das vagas com carteira assinada este ano no país: foram 670 mil postos de trabalho, superando todo o saldo verificado em 2018.

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