Uma parceria entre a startup portuguesa eSocial e o grupo G10 das Favelas pretende injetar R$ 2 milhões em projetos de empreendedorismo social nas maiores comunidades do país. A meta dos organizadores é atingir o valor em março, por meio do Fundo para Desenvolvimento do Empreendedorismo de Impacto Social. O financiamento coletivo, voltado para empresas e pessoas físicas, está em andamento pelo site www.esolidar.com. As inscrições para pleitear apoio também, e devem ser feitas, até o dia 31 de janeiro, pelo site https://blog.esolidar.com/g10-favelas/. No Rio, podem participar da seleção projetos de empresas e ONGs da Rocinha e de Rio das Pedras.
"A ideia é conectar investidores, especialmente empresas interessadas em responsabilidade social, a projetos capazes de transformar a realidade das comunidades em que estão inseridos e que precisam de apoio para potencializar suas ações", explica Marco Barbosa, fundador da plataforma eSolidar.
Segundo Telma Figueiredo, gerente da filial Brasil da eSolidar, serão selecionados 20 projetos de todos os inscritos: dois de cada uma das 10 comunidades participantes. Eles serão apresentados aos investidores, que irão escolher as iniciativas que desejam apoiar.
"É importante que os projetos, após o aporte financeiro, tenham condições de se sustentar com as próprias pernas e consigam evoluir", diz Telma Figueiredo.
Uma empresa já inscrita na proposta de financiamento coletivo é a Jardim Oficial, criada por Jeferson Temoteo da Silva, de 31 anos, em Rio das Pedras. Jeferson é autodidata e cria jardins personalizados de acordo com as características dos espaços, objetivos e personalidades dos clientes. O empreendedor emprega três moradores da comunidade e, caso seja contemplado com o investimento, pretende dar início à construção de casas em contêineres em Rio das Pedras.
"A proposta é sustentável. É uma forma de reutilização de contêineres que perderam o prazo de validade. Também pretendo investir em um projeto de implantação de hortas comunitárias em escolas", diz Jeferson, que está cursando faculdade de arquitetura e urbanismo.
Na Rocinha, o projeto inscrito na proposta de financiamento é a loja Amanda Moda Plus Size.
"Caso a empresa seja contemplada, a ideia é expandir a loja dentro e fora da comunidade, e gerar mais emprego e renda", diz Willian de Oliveira, representante do G10 das Favelas na Rocinha.