Estimativa é que 100 mil adolescentes façam uso do tabaco diariamente no BrasilReprodução de Internet
Por RENAN SCHUINDT
Publicado 31/05/2018 00:00 | Atualizado 31/05/2018 14:16

Rio - Adolescentes que fumam diariamente são mais propensos a obesidade abdominal do que os não fumantes. Esta é a conclusão de uma pesquisa divulgada pelo Inca e o Ministério da Saúde, em razão do Dia Mundial sem Tabaco, comemorado hoje. Segundo os pesquisadores, foi identificado nesses adolescentes um aumento de 130% da circunferência abdominal entre os meninos fumantes, se comparado aos não fumantes. Nas meninas, o aumento foi de 60% nas fumantes em comparação ao grupo que não fuma. O levantamento foi realizado com jovens entre 15 e 17 anos.

A obesidade abdominal (definida no estudo pela circunferência de cintura elevada) é um indicativo do acumulo de gordura nessa região, e representa um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, câncer e diabetes. 

Chamado de “Avaliando a relação entre tabagismo abdominal em uma pesquisa nacional entre adolescentes no Brasil”, o estudo mostra a coexistência de dois fatores de risco - tabagismo e obesidade - em uma idade que é preocupante. O tabagismo está diretamente relacionado ao câncer de pulmão e a obesidade abdominal é fator de risco para diabetes e doenças cardiovasculares.

NICOTINA

Os pesquisadores ressaltam que, a relação do cigarro com a obesidade nos adolescentes avaliados não pode ser firmada a partir dessa pesquisa, mas destacam que trabalhos anteriores indicaram a nicotina como possível razão dessa associação. Isso porque, a nicotina (substância do fumo que causa dependência) aumenta a resistência à insula, proporcionando crescimento das áreas de depósito de gordura na região do abdômen.

ASSOCIAÇÃO

De fato, um estudo recém-publicado no British Medical Journal, revela que algumas variantes genéticas associadas com obesidade são também associadas com tabagismo. O estudo usou a randomização mendeliana, uma ferramenta genética usada para reforçar uma relação de causa efeito e minimizar os fatores confundidores ou uma causalidade reversa. Isto é, quando o suposto fator causal de fato é o efeito. Como explica Amélio Godoy, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. "Isto suge