O Hospital Regional, em Volta Redonda, hoje é utilizado pelo Governo do Estado como uma unidade referência para tratamento da covid-19Divulgação
Por O Dia
Publicado 02/06/2020 16:44 | Atualizado 02/06/2020 16:47
Volta Redonda - O Hospital Regional, situado em Volta Redonda, hoje é utilizado pelo Governo do Estado como uma unidade referência para tratamento da covid-19, o novo coronavírus. Entretanto, dos mais de 200 leitos, sendo cerca de 140 de enfermaria e 40 de UTI/CTI, apenas 13 são ocupados por moradores de Volta Redonda. Estando 11 em enfermaria e dois em unidade intensiva.

Mas mesmo com uma utilização pequena por moradores da cidade, Volta Redonda terá que pagar uma conta milionária do Hospital Regional. O prejuízo deverá ser de mais de R$ 10 milhões por conta da desapropriação para construção da unidade.

A Prefeitura de Volta Redonda é ré em dois processos judiciais em ações de desapropriação para construção do Hospital Regional e do CRIAM (atual Degase). Tratam-se dos processos 0016210-11.2009.8.19.0066 e 0016212-78.2009.8.19.0066.
Volta Redonda terá que pagar mais de R$ 10 milhões pela desapropriação do Hospital Regional feita em 2009Divulgação
Os dois terrenos, de cerca de 200 mil metros quadrados cada, foram desapropriados pelo antigo governo municipal de Volta Redonda em 2009. O valor de cada um, colocado no processo de desapropriação, foi de cerca de R$ 300 mil cada. O caso foi parar na Justiça e os proprietários dos terrenos questionaram os valores.

A Justiça em Volta Redonda determinou que um perito, o engenheiro Pedro Ermídio, fizesse o levantamento correto do valor dos terrenos. Os valores levantados dentro do processo foram de R$ 5.189.568,00 e R$ 5.661.315,00. O processo ainda segue na Justiça.

A reportagem procurou o prefeito Samuca Silva que confirmou que os valores já chegam a mais de R$ 10 milhões somente pela desapropriação dos terrenos para construção da unidade.

“Esse é um dos casos de desapropriação com valores inferiores que depois, na Justiça, eram muito maiores e faz com que a dívida da prefeitura seja muito grande. Essa prática era muito comum na prefeitura. Mas conseguimos mudar isso. Mas infelizmente essas práticas contribuíram para que a cidade tenha uma dívida de mais de R$ 1,5 bilhão”, disse o prefeito.

Samuca Silva ainda revelou que através de órgãos de controle interno, a prefeitura abriu Tomada de Conta para apurar gastos do município na construção do Hospital Regional.

“Essa Tomada de Contas continua e já identificamos alguns repasses irregulares feitos ao governo do Estado como contrapartida. Estamos esperando esse resultado para entrar na Justiça visando que o erário público seja ressarcido e os responsáveis penalizados”, comentou.