Publicado 23/05/2022 15:45
Volta Redonda - Mais duas cirurgias de correção da escoliose foram realizadas no Hospital São João Batista (HSJB), em Volta Redonda, no último sábado, dia 21. O projeto, inédito no Brasil, chegou à sua quinta rodada de cirurgias e já beneficiou 10 adolescentes com indicação para cirurgia.
Os procedimentos cirúrgicos aconteceram através do projeto “Coluna Reta”, da Prefeitura. O programa visa o diagnóstico precoce e tratamento da escoliose idiopática, como explica o médico ortopedista, especialista em coluna, Juliano Coelho, responsável pelo projeto.
“Estamos ampliando o atendimento do Coluna Reta. Além do atendimento que já fazemos no Estádio Raulino de Oliveira, estamos realizando triagens nas escolas de Volta Redonda. Assim que a gente identifica uma criança que iniciou a escoliose, já encaminhamos para o raio-x e ela entra no nosso sistema para acompanhamento”, explicou Juliano.
Além das cirurgias, o projeto oferece fisioterapia a pacientes com o diagnóstico da curvatura lateral da coluna, sem indicação cirúrgica. No momento, 40 pessoas têm utilizado o serviço da prefeitura e outras 15 são acompanhadas por profissionais especializados para prevenir a condição. A terapia é disponibilizada também para os pacientes que passaram por cirurgia para correção da escoliose. Juliano Coelho esclarece que a essência da iniciativa é a prevenção e o diagnóstico precoce da escoliose.
“Quanto mais cedo identificado, mais fácil é o tratamento. Com a fisioterapia o paciente tem uma melhora estética e funcional, pois o mesmo passa a ficar mais flexível e começa a realizar com mais facilidade atividades que antes apresentava certa dificuldade. E, além disso, com a diminuição da curva é possível evitar que esse paciente precise de cirurgia e que órgãos vitais como coração e pulmão sejam comprometidos”, conclui Juliano Coelho.
A moradora do bairro Padre Josimo, Alessandra de Oliveira Batista Gonçalves, de 45 anos, é mãe de uma das adolescentes que passou pela cirurgia, no último sábado. Alessandra relata que entre o tempo que ficou sabendo do projeto, o atendimento e a realização dos exames e a cirurgia, não chegou a dois meses.
“Depois da recuperação da cirurgia, ela não vai mais sentir as dores que sempre sentia e nem terá os olhares curiosos na rua. Além disso, a autoestima dela vai aumentar. Isso tudo graças a esse projeto que está melhorando a qualidade de vida de muitas meninas", falou a moradora.
Alessandra comenta que sua filha, Vitória de Oliveira Batista da Silva, de 20 anos, estava sofrendo desde os 11 anos.
"Ela estava na fila do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) há quatro anos. Agora tudo isso passou. Minha filha ganhou uma vida nova", comemorou.
O médico Juliano Coelho ainda destaca que durante todo mês de junho, desde 2013, celebra-se mundialmente a conscientização da escoliose, iniciativa da Associação de Escoliose do Reino Unido (SAUK). Este mês de comemorações atinge o auge em 26 de junho, o Dia Internacional de Conscientização da Escoliose.
“O objetivo é unir pessoas para criar uma consciência pública positiva sobre a escoliose, promovendo a educação e reunindo as pessoas afetadas pela doença”.
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