Atendimento pelo SUS foi ampliado com o compromisso da prefeitura em repassar verba extra do Governo do EstadoCris Oliveira/Secom PMVR
Publicado 27/11/2022 20:32
Volta Redonda - Sem precisar viajar e mais perto de casa, pacientes com problemas renais crônicos da região conquistaram maior qualidade de vida com a Clínica de Diálise de Volta Redonda (CDVR), inaugurada em 2016 no bairro Retiro e que começou a funcionar no ano seguinte. A unidade é particular, mas atua em convênio com o SUS (Sistema Único de Saúde). O atendimento pela rede pública foi ampliado devido ao compromisso da prefeitura em repassar uma remuneração extra vinda do Governo do Estado, permitindo que cerca de 210 pessoas sejam atendidas por mês.
A aposentada Dircinéia Ramos Rios Tavares, 71 anos, realiza o tratamento renal há 9 anos e antes de chegar à CDVR, fazia o acompanhamento de saúde em Barra do Piraí. Ela destacou os desafios e o alívio que foi poder se tratar perto de casa.
“Eu moro no bairro Sessenta, em Volta Redonda, e antes saía daqui cedo e retornava só à noite. Eram vários pacientes, chegava em casa meia-noite e meia. Chegava em casa desgastada, estressada, não conseguia dormir. Às vezes não saía bem, passava mal na van, não tinha recursos. Agora é perto, rapidinho estou em casa, o estresse acabou, a pressão (arterial) parou de subir, consigo dormir a noite toda”, destacou ela, que tenta manter o alto astral mesmo se submetendo a hemodiálise três vezes por semana, pouco mais de quatro horas cada sessão.
“No começo você fica triste e até se acostumar que a máquina (de hemodiálise) faz parte da sua vida, é estressante. Mas depois você chega à conclusão de que é a única maneira de viver. E a fé em Deus é importante. Então três vezes na semana hoje para mim é tranquilo. Eu me adaptei", garantiu ela.
Quem também “tira de letra” o tratamento semanal é o maquinista aposentado Ademir Palace Oliveira, de 72 anos. Há quatro anos ele se submete à hemodiálise, após sofrer de insuficiência renal. Por morar no bairro Retiro, ele consegue ir e vir sem problemas, por três vezes na semana.
“Facilita muito a minha vida. Melhor coisa que tem é ter a clínica perto de casa. A pé eu gasto 10 minutos. Isso aqui é o meu coração. Pessoal trata a gente super bem. Se tivesse que dar uma nota para o atendimento aqui seria nota mil”, afirmou.
O aposentado José Natalino de Souza, de 66 anos, é morador de Resende e há 10 meses realiza a hemodiálise em Volta Redonda. “Já cheguei a ter que ir buscar atendimento em Juiz de Fora (MG), e ter uma clínica em Volta Redonda facilita muito a minha vida. Faço sessão três vezes na semana: segunda, quarta e sexta-feira. O atendimento aqui é muito bom”, elogiou.
A dona de casa e moradora do bairro Santa Rita do Zarur, Carolina Maria Barbosa, de 59 anos, fez tratamento por oito anos em Barra do Piraí e há três consegue evitar a viagem até a cidade vizinha.
“Foi a melhor coisa essa clínica. Eu saía de casa meio-dia e chegava meia-noite. Perdia o dia inteiro. Agora eu fico quatro horas na máquina e mais meia hora esperando o transporte da secretaria de Saúde, onde um carro me busca e me traz. Antes era muito cansativo e agora melhorou muito. Não tenho nada a reclamar, sou muito bem tratada”, disse.
José Cláudio da Silva, de 60 anos, carinhosamente chamado de “Chocolate” pelos amigos e familiares, se submete à hemodiálise há 10 anos devido à hipertensão arterial. Antes, o morador do Santo Agostinho saía de Volta Redonda para se tratar em Barra do Piraí e desde 2017 o tratamento é feito no CDVR. Segundo ele, são vários benefícios em poder contar com um tratamento especializado mais perto de casa.
“A diferença foi enorme. São mais ou menos quatro horas e já estou livre. Antes demorava até chegar à clínica, fora quando tinha acidente na pista. Convivíamos com o risco de passar pela rodovia”, lembrou.
Crescimento no número de pacientes
A diretora-médica responsável pela clínica, Érica Borges, explicou que o número de pacientes renais crônicos vem aumentando de forma acelerada em todo o mundo, consequência de doenças como diabetes, hipertensão e o e envelhecimento da população.
“A partir dos 40 anos, os rins vão perdendo 1% da capacidade ao ano. Além também de outras doenças, não tão comuns, que podem levar à falência renal. Em Volta Redonda, não foi diferente. Houve aumento de pacientes necessitando de diálise pelo SUS e a Clínica de Diálise de Volta Redonda agora pode atender a essa demanda de novas vagas, porque tem equipamentos prontamente disponíveis”, ressaltou.
Os encaminhamentos dos pacientes atendidos pelo SUS são todos feitos através da regulação do Estado. A prefeitura inscreve os pacientes nessa fila de regulação, e a clínica mais próxima é referenciada.
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