Por caio.belandi

Rio - A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira, por meio de nota, que é mentirosa a versão de que ela teria pedido ao ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht recurso para suas campanhas presidenciais em 2010 e 2014 por meio de caixa 2. Segundo ela, é um "insulto à sua honestidade" a tentativa, segundo Dilma, de "impor à ex-presidenta uma conduta suspeita ou lesiva à democracia ou ao processo eleitoral".

Dilma negou as acusações de Marcelo OdebrechtJosé Cícero da Silva/Agência Pública

"É mentirosa a informação de que Dilma Rousseff teria pedido recursos ao senhor Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014", diz o texto.

A nota de Dilma acrescenta não ser verdade que ela designou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como responsável pela arrecadação financeira de suas campanhas presidenciais. "Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com a legislação. O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação."

A ex-presidente conclui em nota que as doações a suas campanhas foram feitas dentro da legalidade eleitoral. "Por fim, cabe reiterar que todas as doações às campanhas de Dilma Rousseff foram feitas de acordo com a legislação, tendo as duas prestações de contas sido aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral", afirma.

O executivo Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente do grupo que leva seu sobrenome, disse na quarta-feira, dia 1º, em depoimento à Justiça Eleitoral, que 4/5 dos recursos destinados pela empresa para a campanha da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014 tiveram como origem o caixa 2.

Segundo relatos, o empresário afirmou que a petista tinha dimensão da contribuição e dos pagamentos, também feitos por meio de caixa 2, ao então marqueteiro do PT, João Santana. A maior parte dos recursos destinados ao marqueteiro era feita em espécie. As negociações eram feitas diretamente entre Marcelo, Santana e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

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