Por karilayn.areias

Rio - Do rapper Emicida ao cantor João Bosco, o lema é tudo junto e misturado. Comemorando os 35 anos de inauguração da sala Funarte Sidney Miller, a Fundação Nacional de Artes criou o projeto ‘Música no Capanema’, uma série de shows gratuitos que mostra o melhor da música brasileira, passeando por vários gêneros. “Eu sempre acreditei que a música alimenta a nossa alma. Esse projeto está provando que isso é verdade. É lindo ver que não importa o ritmo, os shows estão sempre lotados. Os artistas se emocionam no palco”, diz Guti Fraga, presidente da Funarte.

Show do rapper Emicida lotou%2C o cantor colocou caixa de som na rua e fez show para quem ficou de foraMaíra Coelho / Agência O Dia

Renata Monteiro, diretora musical do espaço, explica que, desde que passou a trabalhar na Funarte, há alguns meses, abraçou como sua maior causa reativar eventos gratuitos na sala. “Aquele espaço simboliza um forte movimento cultural do Rio. Grandes artistas, como Leila Pinheiro, João Bosco e Geraldinho Azevedo, fizeram as primeiras apresentações de suas carreiras ali. Eu queria oferecer mais um local para entreter as pessoas, mas com qualidade”, explica.

Para Renata, o grande sucesso do ‘Música no Capanema’ deve-se ao fato de o projeto agradar a todos os gostos. “A magia está no ecletismo. É claro que não podíamos deixar de fora cantores como Ed Motta e Wilson das Neves. Mas também abrimos espaço para essa garotada nova. Todo mês, a gente coloca essa galera que está bombando na Lapa ou cantando nas periferias, se apresentando no mesmo palco que artistas que já possuem anos de estrada.”

E quem já passou pelo espaço, garante que o projeto está cumprindo o seu papel com a música. O rapper Emicida não só se apresentou na sala Funarte no dia 16 de abril, como foi obrigado a fazer um show extra, na porta do local, devido ao número de pessoas que não conseguiram ingressos. “Foi um dia mágico. Eu já previa que algumas pessoas ficariam de fora, mas achei que não seriam tantas. Não divulgamos muito este show por saber que o lugar era pequeno, com capacidade para 210 pessoas. Programamos uma pequena celebração para aproveitar essa rápida passagem, porém, tudo tomou outra proporção e a noite foi mágica”, conta Emicida.

“Cada um daqueles meninos, ali na chuva, era eu, não tinha como virar as costas. Minha música é de rua. A atitude de colocar a caixa de som na porta e cantar para quase 500 pessoas que não puderam entrar foi uma devolução singela a tudo que elas me desejam de bom todos os dias”, emenda o rapper.

João Bosco faz show hoje e amanhã na sala Funarte Sidney MillerMonica Martins

Pensando nisso, a organização do evento já separou dois dias no calendário, hoje e amanhã, para os shows do cantor João Bosco. “O que aconteceu na apresentação do Emicida deixou claro que precisamos aumentar algumas datas. No caso de João Bosco, não queremos arriscar. Colocamos dois dias pra ele e vamos pensar nesse método para outros artistas também”, diz Renata.

Sem data para terminar, o ‘Música no Capanema’ já está com a programação de maio completa e contará com shows de Késia Estácio, que participou da primeira edição do ‘The Voice Brasil’, da cantora Mart’nália e da banda Creme Crackers, entre outros nomes. Já no ano que vem, o plano é conquistar o Brasil. “Em 2015, vamos fazer uma série de apresentações pelas outras três salas da Funarte, em São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Faremos algo próximo do Projeto Pixinguinha, evento cultural que tem como objetivo difundir a música popular brasileira em todo o país. A ideia é fazer de cinco a sete caravanas circulando pelos quatro cantos do Brasil”, finaliza a diretora musical.

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