O Rappa  - Divulgação /  Gabriel Wickbold
O Rappa Divulgação / Gabriel Wickbold
Por O Dia

Rio - Após 25 anos de história, 12 discos, cinco DVDs e incontáveis fãs pelo Brasil e mundo afora, “O Rappa” se despede do público neste fim de semana em dois shows na Jeunesse Arena, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O anúncio da pausa — sem previsão de volta — foi feito em maio do ano passado.

A banda já havia interrompido as atividades entre 2009 e 2011. O grupo conta na sua formação mais recente com Marcelo Falcão (vocal), Xandão (guitarra), Lauro (baixo) e Marcelo Lobato (teclados). O baterista e letrista original, Marcelo Yuka, deixou a banda em 2001.

Para o integrante Marcelo Lobato, a pausa d’O Rappa é necessária. “É bom ter um final. O jogo de futebol acaba após 90 minutos, o filme, o livro, tudo tem fim”, declara o músico, que acredita que as duas últimas apresentações serão memoráveis. “Sexta e sábado vão ser dois shows vibrantes e emocionantes. Tem muita gente vindo de outros estados, nosso público é muito fiel.” De acordo com a organização, cerca de 22 mil ingressos já foram vendidos. 

O músico diz que o grupo tem recebido o carinho do público nesta última turnê. “Os shows têm sido ótimos. Nesses mais de 20 anos, a gente passou por muita coisa, a gente conheceu muito do Brasil. O Rappa deu isso pra gente e somos muito gratos por tudo isso.”

O Rappa - Reprodução Instagram

Ao lembrar da trajetória da banda, Lobato diz que foi a dificuldade inicial de não ter um ritmo musical que deu a marca registrada do grupo nesses 25 anos. “O Rappa é uma zebra. A gente sofreu no início, porque a gente não se encaixava em único gênero, a gente mesclava várias ritmos. O nosso som criou uma marca, com um som diferente. Nosso público sempre cobrou coisas novas, isso é muito bom não viver de sucessos antigos, mas ter um público querendo novidade”, afirma.

“Talvez a gente sirva de exemplo de que é possível fazer um som ‘malucão’ e dar certo”, acredita Lobato, sobre o que ele acredita ser o maior legado da banda. O grupo também é conhecido pelas letras com críticas sociais.

"A gente fala de coisas reais e isso acaba batendo nas pessoas. São situações que as pessoas se identificam, mas a gente acaba falando de amor de outra forma. Não são histórias inventadas, são histórias reais", completa. 

Mas seria a pausa da banda um adeus ou um até logo? O músico desconversa. “O Rappa é imprevisível, é o final desta fase. O que virá pela frente, a gente não sabe." 

Planos para o futuro

Com a despedida do grupo, Lobato diz que vai se dedicar a outro projeto musical, a banda Afrika Gumbe, formada no final dos anos 80. O grupo que mistura afrobeat, juju music, música brasileira e rock progressivo, conta ainda com Marcos Lobato (músico e compositor de bandas como O Rappa, Gabriel Pensador e Fausto Fawcett) e Pedro Leão (Gabriel Pensador, Daúde, Fausto Fawcett).

"Vamos lançar um vinil", revela Lobato. "Também tenho um estúdio quero voltar a produzir trilhas. Vou ter mais tempo para me dedicar a outras coisas e realizar uma viagem", conclui o tecladista.  

Serviço: 

Data: sexta-feira (13) e sábado (14), às 20h (abertura dos portões)

Onde: Jeunesse Arena, av. Embaixador Abelardo Bueno, 3.401, Rio de Janeiro; tel. (21) 2430-1750

Quanto: de R$ 60 a R$ 240 em ingressorapido.com.br

Classificação: 18 anos; 16 e 17 anos com responsáveis

Reportagem da estagiária Luana Benedito sob supervisão de Thiago Antunes

Você pode gostar