Por daniela.lima

Rio - Astro da série ‘Mestres da Restauração’, uma das maiores audiências do canal History, Rick Dale enxerga beleza em objetos que muita gente considera lixo ou ferro-velho. Na sua oficina em Las Vegas, a Rick’s Restoration, ele e sua equipe — incluindo os dois filhos — transformam máquinas enferrujadas e artefatos caindo aos pedaços em peças novinhas em folha. Há 30 anos nesse ramo, ele esteve em São Paulo esta semana para promover o programa, acompanhado da mulher, Kelly Dale, que também participa da atração. Em entrevista exclusiva ao DIA, Rick fala de sua paixão por restaurar peças antigas, principalmente máquinas de Coca-Cola, e conta como é trabalhar em família.

‘Sinto-me parte da história’%2C revela Rick DaleDivulgação


O DIA: Quando você começou a se interessar por restauração?
RICK DALE: Desde menino eu me interesso por peças antigas e restauração. Eu já fiz bastante coisa na vida aliás, mas o que mais me chama a atenção é restaurar.

Lembra qual foi a primeira peça que restaurou e para quem era?
A primeira coisa que restaurei foi uma bicicleta. Aliás, quando cheguei a São Paulo na quarta-feira à tarde, eu fui visitar uma loja de bikes na Zona Leste em retribuição a uma visita feita pelos donos à minha loja em Las Vegas. Trabalho com restauração profissionalmente há 30 anos.

Qual foi a peça mais difícil e mais trabalhosa que você restaurou?
A mais trabalhosa foi um aspirador de pó da década de 30. Eu também já restaurei um carro onde um homem queria guardar as cinzas do pai morto. Essa é a restauração que eu considero a mais bizarra.

Tem alguma peça ou mobília com que você goste mais de trabalhar?
Eu adoro consertar máquinas de Coca-Cola, até porque tenho muita prática nisso.

Sua casa também é decorada com peças restauradas? Ou é tudo novo e moderno?
Minha casa era da década de 80, e eu reformei. A decoração é restaurada também, mas com ares modernos.

Foi seu talento como avaliador e restaurador da série ‘Trato Feito’, também do canal History, que o levou a ter seu próprio programa. Como é a sensação de ter seu próprio show na televisão?
Eu acho maravilhoso porque, primeiro, sempre recebo objetos diferentes que vão chamar a atenção do público e vão me levar a aprender coisas novas para poder restaurá-los. E segundo, pela ligação emocional que vou ter com o objeto. Eu pego algo que tem anos de existência e desmonto. À medida que recoloco as peças e dou vida àquilo de novo, sinto-me parte da história. Além disso, ver a felicidade na cara dos clientes não tem preço.

Você trabalha com sua mulher e os dois filhos na oficina. Quais as vantagens e desvantagens de se trabalhar com a família no mesmo negócio?
Claro que existem problemas, mas isso deixa a família mais unida, mais forte. Nessa sociedade de consumo, em que as pessoas estão acostumadas a jogar coisas fora depois de pouco tempo e em que muitos dos materiais são descartáveis, eu gosto de saber que estou treinando meus filhos para consertar coisas neste futuro não tão distante.

Sua oficina deve ser muito procurada por causa do programa na TV. Deu para ficar rico com esse negócio?
Rico não deu para ficar, mas a oficina é muito procurada e está superaberta à visitação. Recebemos gente do mundo todo, inclusive do Brasil. Aliás, há um concurso no History (www.seuhistory.com) em que as pessoas podem mandar as fotos de objetos que querem reformar. Um objeto vai ser escolhido e enviado para mim. Depois, a pessoa vai a Las Vegas retirar e conhecer a minha oficina.

Você está sempre vestido com calça jeans e camisa stonada sem mangas. É um visual apenas para o programa ou você se veste sempre assim?
Eu era motoqueiro. No primeiro episódio, até ia colocar uma camisa com mangas mais arrumadinhas, mas minha mulher, Kelly, não tinha gostado, e eu troquei. Nisso, eu peguei a primeira que vi no armário e, por ser motoqueiro, era desse tipo. Hoje, tenho 101 camisas assim no guarda-roupa.

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