"Sem dúvida, profissionalmente, a Capitu foi um divisor de águas. Nessa novela estava todo mundo dedicado e o texto do Manoel Carlos é um dos melhores do Brasil. Ele trabalha com uma sensibilidade e humanidade que é inacreditável. Dá alma para o personagem. 50% está escrito e aí você pode construir a outra metade com uma boa direção e parceiros", conta Gio, que destaca uma das lembranças mais marcantes da trama.
Grande revelação
E por sinal, a revelação de que os compromissos Capitu eram, na verdade, encontros com clientes foi o grande ponto de virada da trama. Apesar do preconceito, Giovanna acredita que a personagem ainda vá ser vista com carinho pelo público. “Acredito que histórias atemporais podem ser contadas várias vezes. Acho que a história da Capitu é real e existe até hoje. Assim como existia há 20 anos. Tenho certeza de que contada hoje, seria bem aceita como foi, porque não trazia superficialidade naquela mulher. Ela era batalhadora, cuidava do pai, da mãe, ela era boa mãe, tinha um caráter incrível, era uma mulher apaixonada, apaixonante”, defende a atriz, explicando o processo de construção de empatia.
“Acho que tem uma evolução e uma justificativa para a gente estar na casa das pessoas todos os dias, da gente conseguir fazer com um texto maravilhoso, fazer essa construção na cabeça do telespectador. Aí não vai assustando. Quando você vai justificando o que vai acontecendo, as pessoas entendem de uma forma diferente ou estão mais abertas a entender os motivos dela”, destaca.
E, se em vez de no ano 2000, Giovanna recebesse o convite para viver Capitu atualmente? “Eu entraria com o mesmo sentimento de hoje. Eu sou a mesma pessoa de 20 anos atrás, só que reformada. Então, o tesão é o mesmo, a mesma garra, a mesma disciplina, o mesmo cuidado. Eu entraria igual! Acho que o segredo de viver é estar apaixonado todos os dias por alguma coisa. Se você não tem, cria. Isso vai te mover cada vez mais para os seus sonhos. É o que eu vivo e o que eu sempre vivi, na verdade”, defende a atriz.
Desafio mediterrâneo
No ano seguinte, em 2001, Gio recebeu mais um desafio. Dessa vez, protagonizar ‘O Clone’, uma trama que retratou costumes diferentes, mas que repetiu o sucesso do trabalho anterior. “Além da novela, que marcou a história da TV brasileira, o Marrocos me marcou muito. Foi uma experiência incrível que vivi. Inesquecível. Uma cultura riquíssima de história, um povo hospitaleiro. Um lugar mágico”, conta a atriz, aproveitando que a novela estreou no Globoplay.
Realização pessoal e profissional
Depois de vários trabalhos emendados, Giovanna não faz novela desde ‘Segundo Sol’, em 2018. Mas, aos 44 anos e com três filhos, a atriz garante que se sente realizada. “Minha vida é muito baseada em metas, apesar de eu viver o momento presente todos os dias e saber que eu posso morrer hoje. Mas eu sempre tenho metas para os próximos 5, 10 anos, eu visualizo coisas que eu tenho vontade de fazer. Empreender foi uma delas, há 15 anos. E hoje eu me sinto realizada. Todas as coisas que eu construí pessoalmente e profissionalmente foram muito desejadas, planejadas e queridas. E eu continuo desenvolvendo mais metas para os próximos 10 anos da minha vida. Eu acho que a vida é feita disso, é o que me move, é o que me dá tesão. Eu tenho muita energia, gosto de produzir, colocar a mão na massa, gosto de ter ideias. É isso que alimenta meu trabalho e minha vida pessoal, está tudo interligado”, revela.