Por daniela.lima
'Tas fez muito bullying comigo. No começo%2C não nego que fiquei puto. Em 2009%2C ele pegou no meu pé de uma maneira que começou a me prejudicar'%2C afirma Rafael CortezDivulgação

São Paulo - Há três semanas, Rafael Cortez teve um longo papo sobre “negócios” com Marcelo Tas, o ex-líder do ‘CQC’. O humorista conta que o antigo chefe “ficou feliz” com sua volta ao programa, dois anos depois de ter trocado a Band por uma empreitada frustrante na Record. Na oitava temporada da atração, que estreia na próxima segunda-feira, Cortez vai dividir a bancada com Dan Stulbach e Marco Luque. Apesar do apoio de Tas, ele revela que o humor sarcástico do ex-apresentador já o prejudicou muito.

“Tas fez muito bullying comigo. No começo, não nego que fiquei puto. Em 2009, ele pegou no meu pé de uma maneira que começou a me prejudicar. Aí, depois, acabou me beneficiando. Fez tanta piada de eu ser gay que as mulheres vinham conferir se eu era ou não, e peguei muito mais mulher nessa época do que na minha vida inteira. Então, comecei a entender o humor dele, Tas é um sacanão!”, diz.

Brincadeiras à parte, Cortez jura que os dois tinham boa relação. “Não tenho nenhum problema de integrar um programa com o Tas e não vejo problema de um dia voltar a trabalhar com ele”, assinala. “Hoje em dia, nossa relação é de muito respeito. Tas não tem essa coisa revanchista, não. Não ficaram rusgas entre nós”, garante.

Além de assumir a bancada, Cortez vai fazer reportagens e comandar o ‘CQTeste’, que já foi seu. Ele diz que o quadro era um pretexto para entrevistar famosos e o jogo, apenas um pano de fundo. “Quero que ele seja engraçado, acima de tudo”, frisa ele, sem preocupação com a audiência. “Vou focar mais na comédia, pelo menos nas minhas matérias. Na bancada, ainda não sei. Talvez faça um meio-termo entre acidez e humor.”

Mulherengo assumido, ele garante estar solteiro. E isso não tem nada a ver com piadas do Tas. “Estou numa merda sentimental, como sempre. Falei até aqui na Band, tem que arrumar uma namorada pra mim. Tem muita mulher bonita na emissora, é onde tem mais mulher gata”, brinca ele. “Mas sabe por que não namoro? Porque trabalho muito, esse é o meu comprometimento. E as mulheres são umas chatas, que querem o tempo inteiro: ‘Ah, você não vai cuidar de mim?’ Quero conciliar as duas coisas, em breve o amor virá...”, ironiza.

Já o namoro para reatar com a Band começou no ano passado. “Nunca descartei voltar. Mas eles foram muito respeitosos com a fase que vivi, e eu fui muito ético com a Record”, afirma. “Quando vi que não ia dar certo na Record, lancei o primeiro contato. Tivemos alguns encontros, mas nunca foi uma discussão de dinheiro. Queria voltar com liberdade e me divertir.”

O convite para assumir a bancada do ‘CQC’ veio uma semana depois de ter acertado sua volta como repórter. “Era exatamente o que eu queria”, confessa Cortez. O entrosamento com Dan Stulbach e Marco Luque está acontecendo aos poucos. “Estamos criando um repertório comum, quebrando a timidez. Temos saído juntos, nem é pra discutir conteúdo, mas pra encontrar afinidades. De cara, descobri muitas afinidades com o Dan no teatro. E nós três temos afinidades de humor”, ressalta.

AUTOCONFIANÇA

O humorista diz que sua passagem pela Record lhe deu mais confiança. “Sempre flertei muito com o humor depreciativo. Fiz muito isso na minha primeira fase no ‘CQC’. ‘Ah, sou feio, sou gordo...’ Ainda faço isso no meu solo de humor, mas é pretexto pra zoar alguém da plateia depois. Na Record, aprendi que sou alguma coisa. Apresentei dois programas (‘Got Talent Brasil’ e ‘Me Leva Contigo’). Não deram certo? Não, mas eu fiz, eram produções legais. Você não tem queixa da minha performance. Eles me deram a consciência de que a carreira é longa. Se não der certo na Band, não tenho dúvidas de que posso fazer coisas em outros lugares. Tenho mais autoestima”, diz.

Apesar da malsucedida mudança para a emissora dos bispos, Cortez garante não ter arrependimentos. “Era o que tinha que ser feito naquela fase, inclusive foi importante ter ido pra Record para voltar melhor. Talvez eu me arrependesse de ter ficado lá, se eu aceitasse só grana, exposição”, argumenta ele, que ainda recusou proposta da Record para ser repórter do programa da Sabrina. “Adoro ela, não tenho nada contra, mas eu queria projetos que pudesse apresentar. Se é para ser repórter, eu volto pro ‘CQC’. Isso é coerência de carreira. Detesto gente que aceita e depois fica reclamando.”

Você pode gostar