Rio - Marcello Melo Jr. ganhou destaque junto ao público ao interpretar o machista, violento e pegador Jairo, na novela ‘Em Família’. Agora, ele almeja emplacar novo sucesso, só que em um papel bem diferente: o instrutor de slackline e gay bem-resolvido Ivan, em ‘Babilônia’, trama de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga que estreia na Globo dia 16.
Os personagens de Marcello — que é morador do Vidigal — só têm em comum o fato de também serem de comunidade. Jairo fazia a linha ‘malandro da favela’ na produção de Manoel Carlos. Já Ivan é um morador boa-praça do morro que dá nome à história. Ele dará aulas para Rafael (Chay Suede) e terá um romance com Carlos, vivido por Marcos Pasquim, que até então carregava o estigma de mulherengo descamisado da dramaturgia.
Se o tão comentado beijo gay vai acontecer, Melo ainda não sabe, mas fato é que ele torce por isso. “Sim, eu quero, até porque faz parte do relacionamento o amor, o carinho, desentendimentos, discussões... Se existe sentimento, seja lá quem você escolheu, é o que vale. Vamos tentar contar essa história da forma mais natural possível”, explica o ator. A química entre ele e Pasquim somente ao longo da trama é que será possível medir, mas nos bastidores os atores já se entenderam: “Pessoalmente, rolou uma troca de energia bacana. Acompanho o trabalho do Pasquim há um tempo. Ele é um cara dedicado e disposto. Trocamos uma ideia, e a expectativa é tão grande para ele quanto para mim.”
Quando recebeu o convite para defender um homossexual, Marcello não pensou duas vezes: “Fico sempre feliz por estar trabalhando. Mais do que isso, por receber a confiança de pessoas que já são consagradas e que colocam os assuntos para serem discutidos. Em outros personagens eu já sabia como me direcionar, agora é um universo totalmente diferente, uma nova experiência. Vou entrar neutro e deixar as coisas se desenvolverem.”
Ele também assegura não ter medo de uma possível rejeição por parte da publicidade, já que as marcas não costumam se vincular a personagens polêmicos: “Pelo contrário. Tenho carinho e respeito pelo meu trabalho. Sou realizado no que eu faço. Procuro me dedicar e focar, o que vier como consequência é só saber filtrar e colher o melhor.”
E, mesmo tendo feito aulas para aprender a se equilibrar no slackline, o ator não dispensa o uso de dublê nas cenas mais arriscadas: “É preciso muito treino para mandar bem nesse esporte. Me machuquei um pouco, mas gosto de aprender a executar.”