Por daniela.lima

Rio - Mostrar uma Amazônia como poucos já viram. Essa é a proposta de Estevão Ciavatta, diretor e roteirista do documentário ‘Amazônia S/A’, que estreia neste domingo no ‘Fantástico’. Dividida em cinco episódios, a série revelará a importância da floresta para o futuro econômico e climático do Brasil. “Urge falar sobre esse assunto. A Amazônia é a nossa última fonte de riqueza natural e equivale a mais da metade do território brasileiro”, calcula Estevão. 

Estevão Ciavatta quer mostrar uma Amazônia desconhecidaDivulgação


As contradições que envolvem a região serão destacadas e vão servir de alerta para a população. “Vamos mostrar uma Amazônia integrada à economia do país e ao impacto que ela tem”, conclui o diretor. Estevão ressalta que grande parte da carne, madeira, soja, algodão e água enviados para todo o Brasil vêm de lá, entretanto, o índice de progresso da região é inferior à média do país.

“Precisamos pensar que, sem a Amazônia, estamos perigando perder o bonde da história. Aquele lugar precisa de grandes investimentos, contudo, isso também gera muitas mudanças sociais. A previsão era que o governo investisse alguns bilhões lá, mas, agora, com essa história da Lava-Jato eu já não sei mais”, acrescenta.

Com imagens grandiosas e uma superexploração do local, o telespectador poderá ver muito além do que já foi mostrado diversas vezes no ‘Globo Repórter’. “É diferente. Imagina a diversidade e a particularidade de cada lugar daquela região. A Amazônia é anônima para os brasileiros, por isso o nome da série. A população não quer saber, nem se importar com aquilo lá, mas é porque ainda não sabe do quanto depende dela. A Amazônia é o nosso futuro”, acredita.

Pouco incluída nos roteiros de viagem dos brasileiros, a floresta tem uma riqueza natural e de cultura incrível, afirma Estevão, que desde 2002 visita a região para diversas produções. “Falo do turismo na série como uma possibilidade de receita para o local. Acredito que as pessoas não gostam de viajar para lá porque elas acham que não tem infraestrutura. Mas aquilo é lindo, com cachoeiras, lagos, praias com areia branquinha. Um ótimo lugar para ser visitado”, avalia.

Se, por um lado, o turismo pode ser satisfatório, quem deseja migrar de outras cidades para empreender no local pode se dar mal. “Ainda vejo uma região carente de um plano governamental. As pessoas sairão de suas cidades para um lugar que está abaixo do PIB, com menos esgoto, menos empregos. Contraditório, né? Uma Amazônia superrica e subdesenvolvida”.

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