Rio - Fátima conseguiu não só a absolvição, como caiu nas graças do público. Um alívio para sua intérprete, Fernanda Torres, que se despede da personagem no auge do sucesso, depois de quase cinco anos no ar, na última temporada de ‘Tapas & Beijos’, exibida a partir de terça-feira, na Globo.
“Meu problema era não tornarem a amante vilã, de as pessoas a rejeitarem. Mas aí perdoaram e ter sobrevivido a isso já foi uma alegria. Este ano, a Fátima e o Armane (Vladimir Brichta) estão de novo separados, e é interessante porque ele, que sempre foi o rico, agora é um homem em dificuldades. Desta vez, a Fátima é a empresária. Ela e Sueli (Andréa Beltrão), que trabalharam a vida inteira, finalmente abrem uma loja (o brechó BoutiKe), mas é na época da crise. Acho que vão falir”, brinca Fernanda.
Se na TV o clima é de comédia, fora dela não está para muita graça. Durante o papo sobre o seriado, a atriz lembrou da tentativa de assalto que sofreu ano passado, em São Conrado, e que só se livrou por conta do carro blindado.
“A violência é um desespero. Eu blindei o carro porque uma vez fui buscar meu filho na escola e tinha um caveirão na subida da Rocinha, com uns 40 homens de escopeta trocando o pneu. Inacreditável que a blindagem tenha salvado a minha vida de uma coisa como aconteceu com a dona do Guimas (Maria Cristina Bittencourt, que morreu após ser baleada na cabeça por assaltantes, na Gávea, ano passado). Depois das UPPs, está rolando uma segunda onda de violência pesada no Brasil e no Rio. É assustador”, frisa.
Mas vida que segue. Depois do programa, a atriz e autora de sucesso — ela tem dois livros publicados, ‘Fim’ e ‘Sete Anos’ — continua a tocar sua atribulada agenda. Além de voltar a fazer turnê com o monólogo ‘A Casa dos Budas Ditosos’, ainda escreve o roteiro do filme de terror ‘O Juízo’, que será dirigido por seu marido, Andrucha Waddington. “Também tenho uma pilha de livros olhando para mim. Passei um ano muito burra”, exagera. Mãe de Antonio, 6 anos, e de Joaquim, 15, Fernanda, como boa parte das mulheres modernas, se equilibra para conseguir dar conta de múltiplas tarefas: “Sem dúvida, a mulher hoje tem um contrato muito pesado. O homem é capaz de desligar. A gente tem que trabalhar, cuidar dos filhos e ainda se manter atraente.”