Por tabata.uchoa
'Sei usar meu lado sexy. A oriental é muito sensual. Não tenho problema com essa imagem'%2C diz Carol NakamuraRicardo Penna / Divulgação

Rio - O mulherão de 1,70m, corpo escultural e sem papas na língua que o público estava acostumado a acompanhar no ‘Domingão do Faustão’, há 12 anos, dará lugar a uma moça recatada, ligada às tradições orientais e que sonha se casar em ‘Sol Nascente’, nova trama das seis da Globo’. Para ilustrar esta matéria de capa, Carol Nakamura posou no tradicional restaurante japonês Yumê e revelou que o fato de ser ex-bailarina e assistente do apresentador Fausto Silva não facilitou sua estreia como atriz.

“Estar no programa me ajudou no entrosamento com os artistas, na dinâmica de estúdio, aprendi a improvisar ao vivo... O nome e o respeito que o Faustão tem, e meu tempo de casa mostram que eu fui uma boa profissional. Tudo isso foi muito bom para a minha carreira, mas não significa que abriu portas para a novela”, esclarece Carol.

Para fazer essa transição do palco para a trama de Walther Negrão, prevista para estrear em agosto, ela pediu autorização à direção do programa. “Sou ética. Eu trabalhava há anos no ‘Domingão’, não podia ficar fazendo testes. Quando eu soube que tinha uma personagem com características orientais nessa trama, eu pedi para fazer e eles me liberaram. Soube que tinha passado pela mídia, mas só comemorei quando recebi o telefonema confirmando. No fundo, eu acreditava, tinha fé. No início, bateu um medinho. É uma responsabilidade muito grande. Mas depois eu curti, é o que sempre quis para a minha vida. E seja o que Deus quiser”, vibra.

A sansei (neta de japonês) não nega ser sex symbol nem luta contra, mas quer provar que vai além de um rosto bonito. “Eu entendo o motivo de as pessoas me olharem dessa forma. Tenho um corpo, no programa usava vestidos mais chamativos, sou ligada aos esportes, gosto de malhar. Sei usar meu lado sexy. A oriental é muito sensual. Não tenho problema com essa imagem, mas agora não estou trabalhando para isso. E esse é o grande barato da Hirô. Eu vou aparecer sem maquiagem, com saias compridas... Ela é zero vaidosa, zero sensual, é malandrinha. Esse distanciamento é muito positivo”, explica.

Carol assegura nunca ter recebido uma proposta indecente. E quando a cantada é grosseira, ela ignora: “Eu não sou mulherzinha. Acho que me torno interessante a partir do momento que as pessoas me conhecem. Esse perfil montada, de salto alto, é só para o palco, para um trabalho. Quando me chamam de gostosa nas redes sociais, eu apago. Não gosto desse tipo de relação, não sou um pedaço de carne. Mas também não sou hipócrita, se tiver que fazer um trabalho de biquíni, de lingerie eu vou fazer.”

A beleza, no caso da japa, afasta quando o assunto é flerte. “Acho que eu intimido. Na rua, não sou megapaquerada. Não sei se é porque as pessoas têm essa imagem da Carol Nakamura no ‘Faustão’, aí ninguém chega. Meu namorado (Aislan Lottici, zagueiro do Vasco) só veio falar comigo porque eu dei aquela olhada. Mas também é o máximo de atitude que eu tomo. Acho que mulher independente é legal, mas não deixa de ser mulher. Eu gosto de me sentir desejada. E quando percebo que minha profissão atrapalha, dou um sinal.”

Namorando há 1 ano e três meses o jogador, a bailarina frisa que este é seu relacionamento mais maduro, e que não cabe ciúme entre o casal. “Quando alguma coisa incomoda, a gente conversa. Nunca conheci um homem tão bem-resolvido quanto o Aislan. Ele não gosta de desrespeito. Já houve uma situação de a gente estar num lugar e uma pessoa filmar meu bumbum. Ele pediu para apagar na hora. Não é questão de ciúme, para tudo tem limite, independentemente de ser pessoa pública ou não”, ressalta.

Carol Nakamura está no elenco da novela 'Sol Nascente'Ricardo Penna / Divulgação

Até aqui, a caminhada foi longa, ela assegura: “Nada veio fácil”. Nascida e criada no bairro de Santa Teresa, Carol começou a estudar balé clássico aos 9 anos e aos 16 engravidou de Juan (hoje com 17 anos): “Adoro quando as pessoas duvidam de mim, como duvidaram da minha capacidade de ser mãe por ser muito jovem. É claro que não aconselho ninguém a ter filho nova, mas aconteceu e eu tive que criar responsabilidade. Nunca tive babá, era uma adolescente cuidando da casa e do filho.”

Para sustentar Juan, a artista conseguiu emprego como promotora de vendas e depois virou modelo. Andava de ônibus e chegou a pedir dinheiro emprestado para fazer testes, até que foi aprovada para um comercial gringo e faturou R$ 25 mil. “Foi o cachê da minha vida na época. Coloquei silicone e comprei coisa à beça para todo mundo. Nunca tive dinheiro.” Do ex-patrão, Fausto Silva, ela guarda o conselho que recebeu: “Ele me disse para eu não acreditar no que as pessoas falam, nem para o bem nem para o mal. Tem que saber filtrar, senão você se perde. Eu não quero me aproveitar de situações para me beneficiar. Esse não é o trabalho. Já vivi os dois lados, de Gata Borralheira e de princesa.”

Pela primeira vez em cena, a carioca de 33 anos não sentiu preconceito por parte de alguns colegas veteranos: “Eu fui abraçada. É uma energia tão positiva. É claro que alguém deve me subestimar, mas tudo bem, é natural, as pessoas ainda não conhecem o meu trabalho. Eu quero me superar, me desafiar e fazer o meu melhor.” Prima da personagem de Giovanna Antonelli na história, Carol só tem elogios à atriz: “Ela é muito estudiosa, chega com o texto decorado, não sai do lado da preparadora, ela faz acontecer. Por isso é boa. Mesmo com tanta experiência, podendo entrar numa zona de conforto, ela se transforma. É alto astral, fala de igual para igual.”

Para o papel, Carol emagreceu seis quilos (ela pesava 66kg) e fez franja no cabelo. “No meu caso, é muito fácil emagrecer, é só fechar a boca. Faço crossfit, aulas de dança. Minha personagem gosta de surfar e está aprendendo como eu. Fico de pé, pego umas marolas e me divirto”, adianta ela, que formará par romântico com Henri Castelli.

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