Por edsel.britto

Las Vegas - Os resultados positivos nos exames recentes do brasileiro Anderson Silva levaram o UFC a tentar encontrar soluções no combate ao doping na modalidade. Nesta quarta-feira, em Las Vegas, o presidente da organização, Dana White, e o diretor-executivo, Lorenzo Fertitta, anunciaram algumas medidas na busca pelo fim do uso das drogas por parte dos atletas.

"Queremos 100% dos lutadores testados antes das lutas", afirmou Fertitta. "Pretendemos também fazer verificações duplas em eventos que envolvam disputa de títulos e institucionalizar testes no escuro, fora dos períodos de competição", completou.

Anderson Silva foi pego doping antes e depois da luta contra Nick Diaz no UFC 183André Mourão

Além de aumentar o número de testes e de se comprometer a arcar com os custos adicionais que surgirão a partir disso, o UFC pretende implementar punições mais rigorosas. "O padrão para quem é pego pela primeira vez é de dois anos. Pensamos em adotar o sistema da WADA (Agência Mundial Antidoping), que suspende por até quatro anos. Precisamos ser fortes para livrar o esporte desse tipo de coisa", revelou Fertitta.

O novo protocolo deverá ser lançado no dia 1º de julho. Todos os atletas que fazem parte do UFC estarão sujeitos a testes surpresa. De acordo com os números apresentados pela organização durante a entrevista coletiva, cerca de 585 lutadores serão examinados de acordo com os padrões da WADA (Agência Mundial Anti-Doping).

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"Se você for usar drogas para melhorar sua performance esportiva, você será pego", disse White ao final da apresentação das propostas do UFC de combate ao doping, como se estivesse dando um recado aos lutadores.

O anúncio das novas medidas aconteceram um dia após o anúncio do resultado positivo no exame antidoping de Anderson Silva feito logo após a luta com Nick Diaz, no UFC 183, que ocorreu no dia 31 de janeiro. Diante disso, a Comissão Atlética de Nevada decidiu suspender temporariamente a licença para lutar do brasileiro.

Jon Jones x Anderson Silva

Antes mesmo de as propostas de maior rigor ao doping serem apresentadas, White fez questão de explicar as diferenças entre casos os dois grandes nomes do UFC nos últimos anos. "Jon Jones foi testado fora do período de combates, e o exame dele apontou positivo para o uso de cocaína. Em dezembro, foi realizado um novo teste, que deu negativo. No dia 3 de janeiro, um outro teste apontou negativo para tudo, tanto para drogas recreacionais quanto para drogas que melhoram a performance esportiva. Se tivesse dado positivo em algum exame durante o período de lutas, ele estaria em problemas ainda maiores", explicou.

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"Anderson Silva foi testado em Salt Lake City no dia 9 de janeiro. A Comissão Atlética de Nevada não recebeu o resultado até o dia 3 de fevereiro, depois que a luta contra Nick Diaz já havia acontecido. Foi aí que fomos notificados e soubemos. A Comissão jamais o deixaria um lutador ganhar um combate desse jeito, nem a gente. Nunca um lutador nosso violou o esporte", prosseguiu o presidente do UFC.

Apesar das diferenças entre os casos, Fertitta lamentou ambos. "Ficamos extremamente desapontados com os resultados", afirmou.

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