Por fernanda.macedo
Rio - Os rejeitos da barreira da mineradora Samarco que se rompeu há duas semanas em Bento Rodrigues, no distrito de Mariana, em Minas Gerais, podem chegar ao Oceano Atlântico, na costa do Espírito Santo, na próxima sexta-feira. O cálculo foi informado pelo Ibama.
Publicidade
Publicidade
Em entrevista ao jornal O Globo, a presidente do órgão, Marilene Ramos, afirmou que os rejeitos passaram a ser transportados com mais velocidade no leito do Rio Doce, e que chegarão em pequena escala ao oceano. "A lama poderá chegar de forma mais amortecida (ao mar), mas alguma coisa vai chegar, certamente. Estamos nos preparando para o pior, que é chegar um nível de turbidez elevado e isso impactar na ictiofauna, na fauna que vive nessas áreas úmidas, ou até uma impossibilidade de captação e abastecimento de água em Colatina", disse ela.
Distrito de Bento Rodrigues%2C em Mariana (MG) soterrado após barragem se romperAntonio Cruz/Agência Brasil - 7.11.15

A presidente do Ibama disse também que novas multas, cada uma com valor máximo de R$ 50 milhões, poderão ser aplicadas à mineradora. A Samarco já tinha sido multada em R$ 250 milhões pelo órgão na última semana.

Marilene Ramos listou ainda cinco novos impactos: contaminação da foz do rio, ambientalmente sensível e com áreas de reprodução de tartarugas e de formação de ninhos de aves; ameaça às espécies de peixes na zona costeira; falta de água em Colatina (ES); impactos nos reservatórios de usinas hidrelétricas; e contaminação de unidades de conservação. Cada episódio pode render nova multa máxima de R$ 50 milhões, o que totalizaria mais R$ 250 milhões. Os danos ainda serão avaliados.